O retorno do ex-senador Gim Argello ao primeiro plano do xadrez político do Distrito Federal, após anulação de todos os seus processos no Judiciário, teve repercussão intensa na capital. Até antigos adversários de Gim se manifestaram.
O governador Ibaneis Rocha recebeu muito bem a decisão. Afinal, gosta muito, pessoalmente, de Gim Argello e espera que ele se defina sobre suas novas aspirações políticas. Também o presidente regional do DEM, Alberto Fraga, se disse muito satisfeito. Considera-se amigo pessoal de Gim, recebe de forma muito positiva seu retorno à vida pública e se dispõe a alianças com ele, “sem nenhum problema”.
Os criminosos são outros
Já o deputado distrital Chico Vigilante, do PT, afirma que a anulação das condenações do ex-senador Gim Argello “demonstra a ilegalidade das operações da Lava Jato”. Na sua opinião, faltou uma ação do Conselho Nacional de Justiça que podia “ter barrado tudo isso no nascedouro”. Essa ação teria evitado uma distorção que ocorre agora, quando enfim se corrigem os erros passados. “Pensam que hoje estão libertando criminosos, quando segmentos do aparato judicial é que, eles sim, agiram de forma criminosa”, dispara Chico Vigilante.
Batalha à vista
Embora esteja formalizado o novo União Brasil, que une DEM e PSL em um conglomerado de R$ 890 milhões em fundos de recursos públicos, a batalha formal por seu controle deu apenas o primeiro passo. O aval do Tribunal Superior Eleitoral à criação do partido entroniza uma comissão diretora homologada nos acordos prévios. Nos cálculos de dirigentes do novo partido, feitos em outubro passado, o PSL deveria ficar com 17 diretórios, e o DEM, com 10. É um efeito da diferença financeira: o PSL conta com R$ 567 milhões e o DEM com R$ 323 milhões.
Na divisão dos postos mais importantes, o PSL assumirá a presidência nacional, com Luciano Bivar, e a tesouraria, nas mãos de Maria Rueda. Já o DEM ficaria somente com a secretaria-geral, sob o comando de ACM Neto, candidato a governador da Bahia. No entanto, as estruturas dos dois partidos originais continuam valendo. O presidente regional do DEM no Distrito Federal, Alberto Fraga, confirma que entrará na briga para manter o posto. Agora a comissão homologada deverá marcar uma reunião para formalizar os órgãos regionais. Até agora, nada oficial e nenhuma reunião marcada.
Federação pode complicar
Dos poucos distritais realmente oposicionistas, o pedetista Reginaldo Veras pretende ficar em seu partido. Mas não dá certeza. Dependendo dos próximos passos das lideranças, não descarta entrar no troca-troca de legendas. O que pode criar problemas para sua permanência, avalia Veras, é uma eventual federação partidária.
Território aliado
Em clima de campanha, o ex-presidente da Câmara Legislativa Joe Valle começou a intensificar as visitas a redutos eleitorais. Tem visitado com frequência ainda maior a Ceasa, território conhecido por ele, como produtor rural. Animou-se (foto) ao conhecer o novo espaço colaborativo criado por lá, com diversidade, café e produtos artesanais. Dizendo-se “feirante de coração”, Joe Valle defendeu “empreendedorismo na veia” e o “incentivo aos nossos produtores”. Ele deve ser candidato a um posto majoritário, como governador ou vice.
PSOL ternura
O PSOL anda meio dividido na escolha de seu candidato – ou candidata – ao Palácio do Buriti. Já estão colocados os nomes de Keka Bagno, que concorreu a vice, Raphael Sebba e a ex-deputada Maria José Maninha, que pode desistir em favor de Sebba. Também há quem defenda uma nova candidatura da professora Fátima Sousa, que teve excelente desempenho em 2018 e, feito inédito, até ultrapassou o nome lançado pelo PT. Mas Fátima Sousa vive um momento ternura. Postou nas suas redes sociais fotos e elogios a Beethoven José, que “sente nosso estado de espírito e se estamos alegre ou triste” e que “fica maravilhoso contemplando a natureza”. Beethoven José (foto) é seu yorkshire terrier, realmente uma gracinha.
Contra a vacina
Enfurecida, a deputada brasiliense Bia Kicis atacou o ex-presidente Lula por ter defendido a vacina e dito que quem não quer se vacinar deve se trancar em casa. Para ela, isso constitui “arbitrariedade e tirania”. Bia Kicis advertiu: “Se isso volta ao poder, adeus liberdade, adeus respeito aos direitos e garantias fundamentais, adeus direito dos pais sobre os filhos”. Enfim, diz ela, viveremos “um verdadeiro inferno comunista”.
No limbo
A propósito, Bia Kicis foi punida pelo Instagram. Não consegue postar mais nada por lá. A rede a notificou, dizendo que “as publicações de sua conta foram removidas recentemente por irem contra nossas diretrizes da comunidade. Portanto, o compartilhamento de vídeo ao vivo foi temporariamente bloqueado”. Curiosamente, quem divulgou o castigo foi a própria Bia Kicis. Disse que está sendo “censurada”.
Armas causam bate-boca na Câmara
A derrubada do veto imposto pelo governador Ibaneis Rocha a uso de armas por atiradores desportivos causou um bate-boca na Câmara Legislativa. O distrital Fábio Félix, do PSOL, disse que seu partido se opõe a esse tipo de decisão e criticou os colegas que votaram contra o veto, lembrando que vários deles são de partidos de esquerda. O petista Chico Vigilante, que ficou com a maioria, se irritou, inclusive porque os ataques estão repercutindo nas redes sociais “Estão falando que os deputados distritais estão liberando a venda de armas, mas é mentira. Primeiro, tem que ler o projeto, porque nós não liberamos absolutamente nada, nem o porte de armas também”, afirmou. “A verdade”, afirmou, “é que esses operadores de clube de tiro, que já adquiriram as armas de forma legal, quando se deslocam de casa para o clube, frequentemente são assaltados e por isso poderão ter as armas para se defender”
Novo shopping
O ex-governador Paulo Octávio lançará no dia 13, próximo domingo, a pedra fundamental do novo empreendimento de seu grupo. O Manhattan Shopping ficará a avenida Araucárias,
área movimentadíssima de Águas Claras.
Censura derrubada
No Supremo Tribunal Federal, o ministro Gilmar Mendes derrubou decisão da Justiça do Rio de Janeiro que proibiu a revista Piauí de publicar matérias sobre os desdobramentos do caso envolvendo o humorista Marcius Melhem em acusações de assédio sexual. A Piauí chegou a publicar reportagem de 12 páginas com a manchete “O que mais você quer, filha, para calar a boca?”. A frase teria sido dita pelo humorista à atriz Dani Calabresa, também humorista. Antes disso, porém, houve outros incidentes. A Piauí foi impedida de abordar novamente o tema. Até agora. Segundo Gilmar Mendes, “a liberdade de imprensa, essencial ao Estado democrático de Direito, é valor em permanente afirmação e concretização”. O ministro ainda afirmou que “houve indevida censura judicial contra reportagem jornalística de relevante interesse público”.