Não, não é só no Rio de Janeiro. Nem mesmo em São Paulo. Os casos de interferência de facções criminosas em eleições, especialmente o PCC e o Comando Vermelho, estão se agravando por todo o País.
A menos de uma semana das eleições municipais, o senador amazonense Plínio Valério cobrou da presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Carmén Lúcia, a criação de uma força tarefa, integrada com o sofisticado sistema de inteligência implementado pelo ex-presidente Alexandre Moraes, para monitorar e barrar o avanço da ação de facções como o Comando Vermelho, PCC e outras quadrilhas de narcotraficantes com impacto preocupante em relação a candidaturas de prefeitos e vereadores em todo o país.
Série publicada pelo Jornal o Globo nesse final de semana mostrou que os candidatos em Manaus estão reféns do narcotráfico em territórios dominados pelo Comando Vermelho. Segundo a reportagem, as facções estão vetando e apoiando candidatos, proibindo pedidos de votos, barrando corpo a corpo de políticos e ordenando a retirada de propaganda de candidatos desafetos.
“Isso é extremamente assustador e mostra que se não tiver providências enérgicas para monitorar e barrar o avanço das facções sobre as candidaturas, vamos caminhar para a criação de um narcoestado como a Venezuela, onde os criminosos já chegaram as mais altas instâncias de Poder. Ao invés de ficar monitorando redes sociais e censurando adversários, ou decidindo sobre a palavra mãe nas certidões de nascimento, os ministros do TSE e STF deveriam se preocupar com o que atinge de morte a legitimidade de nossa representação e a verdadeira democracia. Espero que não seja tarde demais”, cobrou Plínio Valério.
