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Do Alto da Torre
Do Alto da Torre

Cúpula do Buriti estuda novas estratégias para privatizações

A ideia de se fazer uma oferta pública inicial, conhecida como IPO, minoritária, não deve ter uma boa aceitação no mercado

Marcus Eduardo Pereira

15/11/2019 5h03

Atualizada 18/11/2019 10h40

Foto: Myke Sena/Jornal de Brasília/Cedoc

Com dificuldades de articulação na Câmara Legislativa, a cúpula do Buriti estuda mudar de estratégia para entregar as empresas públicas à iniciativa privada. A ideia de se fazer uma oferta pública inicial, conhecida como IPO, minoritária, não deve ter uma boa aceitação no mercado. O risco, é de leilão vazio. Uma coisa é certa, 2020 é ano de eleição e o tempo tem ficado escasso.

Vendendo pelas beiradas

A intenção é de se fazer uma “privatização branca”, como contou um integrante palaciano. Nesta concepção, o Estado venderia suas ações aos poucos até perder o controle da companhia. O problema é que as variantes não agradam ao empresariado. Dificilmente a privatização ocorreria neste mandato e conflitos com a própria CLDF e com o Ministério Público seriam inevitáveis.

Mercado: “sem chance”
Agentes de mercado, procurados pela coluna, acreditam que o IPO minoritário não é palatável, até porque, não seria atrativo para o BNDES. Eles contam que já há candidatos de olho nas possíveis privatizações. Entendem, porém, que este modelo não deve vingar.

Divisão empresarial I

Representantes empresariais do DF se mostraram divididos. Os que defendem a possibilidade reconhecem que não seria “o modelo ideal”, mas ressaltam que a adesão depende da forma com que será feita a divisão da gestão. Assim, se o Estado permitir a contribuição privada no controle da gestão, os particulares poderiam aderir ao IPO.

Divisão empresarial II

Os descrentes, contudo, alegam que o modelo não resolve o principal problema das empresas. Por mais que o atual governo defenda uma gestão mais ativa, a política é volátil e o próximo gestor pode não manter a mesma lógica gerencial. Além do “choque de gestão”, um aporte grande de recursos para investimentos é defendido por essa perspectiva. Um questionamento resume tudo. “Quem vai confiar seu dinheiro num risco desses?”, exclamou um dos líderes.

Opções políticas

Políticos no Legislativo local já questionam ao governo a razão da escolha política de se fazer um Programa de Refinanciamento de Dívidas (Refis) “agressivo” para o próximo ano. Alguns deles, mostram querer a securitização (venda da dívida) como modelo a ser adotado para a arrecadação de recursos. O problema é que dívidas antigas e com pouco lastro não são atrativas para o mercado.

Fidelidade ao partido

Corre nos bastidores da política nacional que interlocutores do presidente Jair Bolsonaro andaram sondando um possível convite para que o senador Izalci Lucas (PSDB/foto) integre a nova legenda a ser criada, o Aliança.O perfil do político brasiliense tem agradado ao Planalto.
No entanto, muitos apostam que o bico do parlamentar tucano é grande demais e que dificilmente ele trocaria de partido.

Internacionalizando as críticas

Em viagem pelos EUA, o líder da minoria, distrital Fábio Felix (PSOL/foto), se reuniu com representantes da Human Rights Watch e da Comissão Interamericana de Direitos Humanos e denunciou supostas imoderações no modelo das escolas militarizadas. As declarações não foram formalizadas, mas podem gerar problemas.

Argumentos usados

Em sua fala, o oposicionista alegou “desrespeito à lei de gestão democrática” (pelo possível atropelo nos debates), “autoritarismo” na implementação e a restrição de “liberdade de expressão” de identidade dos estudantes (inclui as denúncias pontuais de racismo, já apresentadas pela coluna). O distrital também lembrou aos organismos internacionais a ausência de lei específica para a implementação do programa.

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