A ganância da Petrobras em atingir metas, bater recordes e pagar dividendos milionários aos acionistas conseguiu unir todo o Rio de Janeiro contra a petroleira por causa do aumento previsto de 50% no preço do gás a partir do mês que vem – justo no momento em que o Estado tenta sair de uma crise histórica de dívidas e busca investimentos.
A Naturgy (que controla a CEG) – que recorreu ao CADE – a Firjan e a ALERJ tomaram iniciativas contra o abuso da empresa controlada pelo governo federal, ciente de seu monopólio no setor. Com o aval de André Ceciliano, presidente da Assembleia do Rio, a Comissão de Defesa do Consumidor impetrou no TJ ação civil pública contra o reajuste e pedindo urgência dos magistrados no caso. O efeito cascata será sentido nos preços de produtos oriundos da indústria fluminense vendidos para outros Estados.
A Petrobras já mobilizou todo o seu jurídico e justifica, a setores que demandam respostas, o cenário do mercado.
No CADE, para evitar repassar o alto valor da tarifa à população e empresas, a Naturgy impetrou medida preventiva, acusa a Petrobras de abuso de poder econômico e prejuízo à livre concorrência. Industriais que precisam do gás endossam.
Na petição, a ALERJ pede que a Petrobras “mantenha as condições atuais de fornecimento e preço, até que o CADE aprecie a representação e que sejam reguladas as condições de acesso ao mercado de gás” com a livre concorrência.
A ALERJ tomou a decisão amparada por ofício do Sindicato da Indústria de Reparação de Veículos e Acessórios do Rio, que denunciou o aumento abusivo. Tanto a indústria quanto as residências poderão ser afetados. A Petrobras já mobilizou seu jurídico todo.