Algo que ficou extremamente comum em filmes LGBTQIAP+ foi essa necessidade de sempre abordar temas tristes e agressivos, sem finais felizes, como em “O Segredo de Brokeback Mountain” (2005) e em “Me Chame Pelo Seu Nome” (2017). E é principalmente por esse motivo que “Mais Que Amigos” deve ser celebrado. O longa-metragem, primeira comédia abertamente gay, estreia nesta quinta-feira (6) com ótimas piadas de humor ácido.
“Mais Que Amigos” brilha ao vestir o manto de uma típica comédia romântica dos anos 1990. Bobby (Billy Eichner), um podcaster famoso que sente certa dificuldade em se conectar de forma real com alguém, acaba conhecendo em um clube gay Aaron (Luke Macfarlane). Juntos, eles constroem um relacionamento onde se consideram superiores aos outros gays que também frequentam o clube. Enquanto Bobby é bem resolvido, tanto em sua vida pessoal como também na profissional, Aaron é um advogado corporativo que não liga muito para o universo queer.

Simples com um bom resultado
Nicholas Stoller, conhecido por “Vizinhos” (2014), assina a direção e o roteiro ao lado de Billy Eichner, que também vive o protagonista Bobby. O filme traz uma temática típica das comédias românticas dos anos 1990, como “Mens@gem para Você” (1998) e “Um Lugar Chamado Notting Hill” (1999). Já está mais do que comprovado que esta fórmula dá certo. As várias piadas hilárias de humor ácido vão fazer todos rirem, principalmente durante a primeira hora de filme. Como não poderia ser diferente, o longa conta com muitas referências da cultura LGBTQIAP+.
Produção com representatividade
A maioria do elenco e da produção é composta por pessoas LGBTQIAP+, até mesmo os atores que interpretaram personagens heterossexuais. O longa faz algumas críticas a produções que são sobre este grupo, mas que os atores eram héteros, caso de “Carol” (2015) e “Ataque dos Cães” (2021) — como se não existissem atores gays, lésbicas e trans. “Mais Que Amigos” deixa claro em todos os momentos que um filme com essa temática não precisa se adequar aos heteronormativos.

Duração do longa
Talvez o único problema de “Mais Que Amigos” seja o seu tempo de duração. São quase duas horas de filme e acaba que algumas piadas se repetem. Além disso, a história dos protagonistas precisam se encaixar nessa duração, mesmo não tendo muita necessidade.
Conclusão
“Mais Que Amigos” talvez seja a melhor comédia do ano. Billy Eichner, que vive o protagonista, está incrível. Todas as piadas são bem elaboradas e criativas. Vale muito a pena assistir.
Confira o trailer:
Ficha técnica:
Direção: ??Nicholas Stoller;
Roteiro: Billy Eichner e Nicholas Stoller;
??Elenco: Billy Eichner, Luke Macfarlane e Dot-Marie Jones;
Gênero: Comédia, romance;
Distribuição: Universal Pictures;
Duração: 1h 56 min;
Classificação Indicativa: 16 anos
Assistiu à pré-estreia a convite da Espaço/Z