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Cinema com ela
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“Fernanda Young — Foge-me ao Controle”: Um mergulho poético na mente turbulenta de uma artista singular

Dirigido por Susanna Lira, o documentário chega aos cinemas brasileiros nesta quinta-feira (29), trazendo na bagagem os prêmios de melhor montagem no festival internacional É Tudo Verdade e de crítica no Festival de Paraty

Tamires Rodrigues

29/08/2024 5h00

Atualizada 28/08/2024 22h32

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Foto: Divulgação/Synapse

No documentário “Fernanda Young — Foge-me ao Controle”, dirigido por Susanna Lira, somos convidados a embarcar em uma jornada pelo labirinto criativo que foi a vida de Fernanda Young. Com uma montagem que reflete a complexidade e a intensidade de sua protagonista, o filme quebra as convenções do gênero, rejeitando entrevistas convencionais e se concentrando na própria voz de Fernanda para narrar sua história.

Desde o primeiro frame, fica claro que este não é um documentário linear. Assim como a própria Fernanda, a narrativa é cheia de curvas, desvios inesperados e momentos de profunda introspecção. A obra celebra a escritora, a poeta e a desenhista que ela foi, destacando que, acima de tudo, Fernanda se via como uma escritora, alguém que conhecia seu destino literário mesmo antes de ser alfabetizada.

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Foto: Divulgação/Synapse

Através de uma colcha de retalhos visualmente rica, composta por entrevistas, performances artísticas e vídeos caseiros, o documentário revela os múltiplos aspectos de sua vida, desde a fama conquistada com roteiros de séries icônicas como “Os Normais” (2001-2003), até suas lutas internas com a dislexia e a depressão. Não há filtro, não há idealização; apenas a crueza e a beleza de uma mulher que transformou suas dores e paixões em arte.

Maria Ribeiro empresta sua voz para ler trechos das obras de Fernanda, em momentos que se entrelaçam com animações criadas a partir de seus desenhos, criando uma experiência quase sinestésica. E é através desses detalhes que o longa se destaca: ele não apenas conta a história de Fernanda Young, mas também convida o espectador a sentir o que ela sentiu, a ver o mundo através de seus olhos inquietos.

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Foto: Divulgação/Synapse

O filme não busca simplificar ou explicar quem foi ela. Ao contrário, ele a abraça em toda sua complexidade, deixando claro que ela foi uma artista que viveu intensamente cada aspecto de sua vida — da maternidade à criação artística, passando por suas reflexões sobre amor, sexualidade e mortalidade.

Conclusão

“Fernanda Young — Foge-me ao Controle” não é apenas um documentário; é uma celebração da autenticidade em sua forma mais pura. Ao final, fica uma certeza inabalável: Fernanda pode ter partido cedo demais, mas sua obra, assim como ela própria previu, está destinada à eternidade.

Confira o trailer: 

Ficha Técnica
Direção: Susanna Lira;
Argumento: Marcella Tovar e Susanna Lira;
Elenco: Fernanda Young;
Narração: Maria Ribeiro;
Gênero: Documentário;
Duração: 90 minutos;
Distribuição: Synapse; 
Classificação indicativa: 16 anos;
Assistiu à cabine de imprensa a convite da Atômica

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