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Brasília em duas rodas

Km 05 – Locais para treinar ciclismo em Brasília

Seja com o nascer ou o pôr do sol, nossa cidade esbanja beleza e um maravilhoso cenário, além de largas avenidas para a prática do ciclismo

Fabrício Lino

20/11/2020 11h44

Km 05 - Locais para treinar ciclismo em Brasília

Locais para andar de “road bike” em Brasília

O céu de Brasília é realmente um cartão postal para quem anda de bicicleta na Capital Federal. Seja com o nascer ou com o pôr do sol, nossa cidade esbanja beleza e um maravilhoso cenário, além de largas avenidas para a prática do ciclismo, que vem se tornando um grande aliado para aqueles que procuram uma atividade esportiva ao ar livre. Cada vez mais, vemos ciclistas, grupos e pelotões pela cidade e, seja qual for o percurso escolhido, há sempre aquela sensação surreal que o ciclismo de estrada proporciona: o vento forte batendo no rosto.

De fato, nossa cidade é muito agraciada com locais para a prática do ciclismo de estrada. Começando pelo coração de Brasília, temos o Parque da Cidade Sarah Kubtischek, mais conhecido como “parque”. O circuito interno do parque é espetacular para quem quer iniciar com o ciclismo. Com várias possibilidades de traçados e sempre pedalando em uma ciclovia, é possível que o iniciante treine e aprenda com segurança e com pequenas oscilações de relevo que o farão usar e aprender as trocas de marchas, o capacitando para outros trajetos mais desafiadores. Ainda na parte interna do parque e, mais precisamente, no estacionamento 5, existe uma antiga pista toda em concreto que é perfeita para aprender algumas habilidades de curvas e retomadas no ciclismo. Ainda mais segura que os trajetos internos do parque, pois neste local não há pedestres e a pista está esquecida há anos, o que faz com que seja um ótimo local para aprimorar habilidades.

Uma vez que o condicionamento físico foi adquirido nas pistas internas e as habilidades treinadas na pista de concreto, é hora de elevar o nível para um dos lugares mais espetaculares que conheço para treinar: a pista externa do parque. São 9.8 km de pista dupla com duas vias (mão e contra-mão) onde os ciclistas treinam e atingem velocidades próximas a 60 km/h. Às terças e quintas, o anel externo fica repleto de pequenos grupo e pelotões em treinamento para desafios ciclísticos, provas nacionais e internacionais. Há quem pense que ali estão apenas pessoas andando de bicicleta, mas saiba que destes treinos seguros do parque surgiram grandes campeões.

Por falar em campeões, os dois maiores nomes brasileiros do ciclismo mundial, Murilo Fischer e Luciano Pagliarini, estiverem recentemente por aqui e elogiaram muito este local. Geralmente os treinos acontecem no sentido horário do parque e, atualmente, é possível perceber um respeito grande por parte dos motoristas que ali trafegam. É bem verdade que grande parte dos carros que passam pelo parque querem apenas “cortar caminho” até seus destinos, mas acredito que poucos saibam que utilizando aquelas pistas economizam apenas 1,5 minutos o seu trajeto – já fiz esta conta várias vezes. De qualquer forma, os ciclistas que por lá pedalam podem contar com a presença do Batalhão de Trânsito da PM e do DETRAN em algumas ações e escoltas nas manhãs de terça e quinta no parque – o que a gente agradece muito.

O próximo local e mais querido dos finais de semana dos ciclistas é o “percurso do pelotão”. Ele tem início nas proximidades do balão do aeroporto e corta grande parte da cidade. Partindo da QI-01 do Lago Sul, os ciclistas percorrem toda a extensão das vias do lago até chegarem na ligação com a Ponte JK, atravessam a ponte, sobem margeando o CCBB e seguem pela L4 Norte até o último retorno da Asa Norte, voltando pelo mesmo percurso e totalizando 64 km. Este é o circuito mais treinado da cidade e onde é possível ver enormes grupos e pelotões nos sábados e domingos.

E, já que chegamos ao belo Lago Paranoá, é impossível falar de treinos de ciclismo sem citar a “Volta ao Lago”. Não importa qual seu ponto de partida; a ideia é dar uma volta completa no Lago Paranoá e, mesmo Brasília sendo um local predominantemente plano, sofrer um bocado – deixando muitos amigos para trás – nas poucas e boas subidas que são vistas pelo caminho. Os trajetos são variados, mas o que considero mais interessante é: QI 01, Lago Sul, Ponte JK, L4 Norte, Varjão, Setor de Mansões, Barragem do Paranoá e Lago Sul completo. Se quiser dificultar e alongar este percurso, existem várias maneiras, como somar a extensão de todo o Lago Norte, passar pelo CA do Lago, fazer o sentido anti-horário, enfim, algumas várias possibilidades para passar meses pedalando pelo mesmo local com rotas e dificuldade diferentes.

Percebam que os trajetos acima são cem por cento urbanos, isso quer dizer que é totalmente possível sair e chegar na porta de casa já em cima da bicicleta com 100 quilômetros rodados dentro da cidade, isso realmente é único no Brasil e praticamente no mundo.

Para os mais experientes e preparados, o Distrito Federal e suas regiões satélites oferecem ótimos trechos de treinos longos e pesados. Em sua maioria são trajetos bate-volta com boa altimetria e ótimo asfalto. O mais utilizado é o Posto Pedrão que, dependendo do local de saída, soma 104 km de treino. Em seguida, tem-se o Alphaville, que leva o ciclista até a divisa com o estado de Goiás, somando 80 km. Há, ainda, treinos como Brasília-Formosa-Brasília, com 140 km; bate e volta no Outlet (caminho para Goiânia), entre outros.

E, para finalizar este cardápio de locais de treino para ciclismo e também desmistificar Brasília como um local totalmente plano, temos as subidas da Ponte JK, sentido condomínios do DF; a subida da QI 23, que leva ao Jardim Botânico; o Buraco do Tatu, que chega a inclinações de 15%; Colorado; Fercal e outros trechos inclinados por aí.

Agora basta você entender em qual nível de preparo e conhecimento você está e escolher um dos trajetos para pedalar. Lembre-se de ter em mãos o kit de reparos, equipamentos de segurança e sinalizadores.

Ótimas pedaladas!!

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