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Analice Nicolau
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Youtuber é investigado por associar empresário a fraudes e lucrar com exposição indevida

Influenciador teria usado imagem e conversas privadas de forma distorcida, enquanto pedia doações em meio a acusações sem comprovação

Analice Nicolau

30/06/2025 16h00

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Um criador de conteúdo digital está sendo investigado pela Polícia Civil por possível envolvimento em crimes contra a honra, uso indevido de imagem e divulgação de mensagens privadas com objetivo financeiro. A apuração começou após uma denúncia formal feita por um profissional do mercado financeiro, que afirma ter sido falsamente associado à prática de atos ilícitos em vídeos publicados nas redes sociais.

Segundo o boletim de ocorrência, os vídeos em questão apresentavam conteúdos sensacionalistas, com acusações sem base legal ou factual, ligando o nome do denunciante a uma empresa investigada por supostas irregularidades. Os materiais o apontavam como responsável por uma estrutura com a qual ele não teria qualquer vínculo, segundo documentação já anexada ao processo. De acordo com a defesa, sua relação com a empresa seria apenas como investidor autônomo, assim como milhares de outros no mercado.

Além das acusações consideradas infundadas, os vídeos incluíam o uso não autorizado de sua imagem, trechos de conversas privadas fora de contexto e comentários depreciativos. Em meio às publicações, o criador ainda solicitava transferências via Live Pix — ação que pode caracterizar monetização indevida com base em conteúdo ofensivo.

O que está sendo apurado

A conduta do influenciador pode se enquadrar nos seguintes pontos legais:
• Calúnia (art. 138 do Código Penal) – por atribuir falsamente a prática de crime;
• Difamação (art. 139) – por atingir a reputação do envolvido;
• Injúria (art. 140) – por ofensas à honra e dignidade;
• Divulgação indevida de comunicações privadas, com respaldo em decisões judiciais e na Constituição Federal;
• Dano moral (art. 186 do Código Civil) – por exposição abusiva e desnecessária.

A defesa do empresário avalia também medidas contra a plataforma de vídeos, caso o conteúdo não seja removido, apontando eventual responsabilidade pela permanência das publicações.

Impactos e desdobramentos

Segundo relatos, a situação causou desgaste emocional, transtornos familiares e prejuízos à imagem do profissional, que atua com foco na educação ética de investidores e possui longa trajetória no setor financeiro. A exposição pública, segundo ele, comprometeu sua credibilidade e causou constrangimentos com parceiros e seguidores.

A investigação segue sob sigilo, reunindo vídeos, capturas de tela e registros digitais. O responsável pelo canal deverá ser intimado nos próximos dias e poderá responder tanto na esfera criminal quanto cível.

Os nomes envolvidos no caso são: Paulo Henrique Soares, empresário e educador financeiro, autor da denúncia, e Rogério Betin, youtuber investigado pelas publicações.

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