O país enfrenta um longo período de estiagem, em que diversas cidades, especialmente, na região Centro-Oeste não contam com chuvas há mais de 100 dias. As altas temperaturas se destacam em municípios, como São Paulo, onde nesta quarta-feira a previsão é de 11 graus acima da média para o período, tendo inclusive a possibilidade de novo recorde de temperatura para essa época do ano. Com os mesmos cuidados, tutores de pets devem estar atentos para que os bichos não sofram e permaneçam com ótimo bem-estar neste período crítico que envolve a condição climática.

De acordo com a médica veterinária Leticia Alves, especializada no atendimento de gatos, assim como acontece com o ser humano e, principalmente, com as crianças, o tempo seco afeta diretamente os felinos. Proprietária da clínica FelCare, que atende exclusivamente gatos, a médica veterinária destaca que neste período de secura é notório que certos tipos de vírus podem afetar o sistema respiratório superior, sendo mais acometidos por esses efeitos prejudiciais.

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“Os gatos com raças de focinhos curtos, como os Persas, os British Shorthair, entre outros são bastante prejudicados. Devido às alterações anatômicas e funcionais do sistema respiratório superior, eles apresentam um funcionamento ruim quando falamos de respiração”, pondera a especialista. Muitos desses gatos já lidam, cronicamente, com diagnósticos como rinite e asma e, o tempo com umidade reduzida só piora essa questão”, completa.

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O sistema respiratório dos gatos é dividido em duas partes: superior e inferior. O nariz, a garganta e a laringe fazem parte do sistema respiratório superior, enquanto a traqueia e os pulmões se enquadram no inferior. Entre os sintomas típicos de problemas no trato respiratório superior estão inclusos espirros e corrimento nasal, além de roncos. Neste período de estiagem é comum a aparição de doenças no trato respiratório inferior, como tosse, respiração ofegante, dificuldade em respirar, falta de ar ou, ainda, a respiração com a boca aberta. Os sintomas são acompanhados por febre, falta de apetite e saúde debilitada.
“É importante que o tutor esteja atento à caderneta de vacinação, especialmente, nos filhotes para que se evite a disseminação desses vírus respiratórios. Independentemente de raça ou diagnóstico, a recomendação geral é manter uma alta na umidade do ar na residência desses animais. Também é aconselhável que se evite o acesso à areia do quintal e realizar a hidratação frequente do pet”, destaca.
A especialista orienta que é possível aderir ao uso de um umidificador de ar, higienizadores de ar e estofados, nebulização e caso necessário realizar uma lavagem nasal. “Umidificadores espalhados pela casa torna-se uma forma mais fácil de manter o ar com uma qualidade melhor”, explica a médica veterinária, Letícia Alves que, ainda faz um alerta: “Não menos importante que tudo isso, é importante realizar a limpeza da casa com produtos que não contenham cheiros excessivos, pois podem vir a prejudicar a qualidade da respiração do gato.”
A observação dos tutores na mudança do comportamento de seus bichanos é muito importante e, diante de reações estranhas é aconselhável, uma visita imediata ao veterinário. Deve-se ter especial atenção nos casos de falta de ar ou na presença de descoloração azulada das membranas, situações em que o médico veterinário poderá excluir a possibilidade de um problema fatal e identificar a causa do problema.