Os ônibus urbanos, rodoviários e de fretamento no Brasil representam apenas 0,8% das emissões nacionais de gases de efeito estufa, de acordo com a pesquisa “Modernização tecnológica da frota do transporte coletivo urbano”, divulgada nesta terça-feira (10) pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU). O estudo também destaca que o país já opera 420 ônibus elétricos, indicando avanços e desafios na descarbonização do transporte público.

A pesquisa apresenta uma visão abrangente sobre a renovação da frota e o impacto ambiental do setor, destacando a transição para tecnologias mais sustentáveis. Apesar do número expressivo de veículos elétricos, eles ainda representam uma pequena fração dentro da frota nacional de 107 mil ônibus. Segundo Francisco Christovam, diretor executivo da NTU, o documento serve como ferramenta estratégica para orientar ações futuras. “Precisamos de uma transição gradual que respeite a capacidade do setor e explore diferentes alternativas de combustíveis”, afirmou.

Atualmente, a frota de ônibus urbanos tem uma idade média de seis anos e cinco meses, a mais alta em quase três décadas, enquanto a eletrificação enfrenta barreiras econômicas e estruturais. A pesquisa revelou que a Região Sudeste concentra 79,8% dos ônibus elétricos em operação, enquanto o Norte apresenta números modestos, com apenas dois veículos.
O relatório também abordou os avanços no controle de emissões, destacando a adesão crescente aos padrões do Proconve, que restringem os limites de poluentes emitidos por veículos. “O ônibus já é uma alternativa menos poluente em relação aos carros e motos, consolidando-se como peça-chave na mobilidade sustentável”, afirmou Christovam.
Além disso, o estudo destacou o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) da Mobilidade Urbana, que prevê investimentos de R$ 9,8 bilhões na aquisição de mais de 5 mil ônibus, incluindo 2.296 veículos elétricos. “Os incentivos são fundamentais para modernizar o setor e continuar reduzindo as emissões, enquanto oferecemos um transporte público de qualidade para os cidadãos”, concluiu o diretor da NTU.
O estudo reforça o papel do transporte coletivo como aliado na luta contra o aquecimento global, ao mesmo tempo em que revela os desafios que o setor ainda precisa enfrentar para alcançar uma frota completamente sustentável.