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Analice Nicolau
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Tecnologia para todos: Aluno da The Future School, sob orientação de João Aleixo, desenvolve aplicativo que democratiza o ensino de programação

App desenvolvido por Caetano Pieralisi pode mudar a forma como as crianças aprendem programação. CEO da The Future School, João Aleixo, explica que a Semana EAT reuniu os melhores talentos da tecnologia do país e fala sobre o orgulho da premiação de seu aluno

Analice Nicolau

12/08/2025 13h00

jdb

Caetano e João Aleixo

A Imersão Tecnológica mais esperada do ano tem nome: Semana EAT (Escola Avançada de Tecnologia). O encontro, encabeçado pela instituição Alpha Lumen e com apoio do MIT Brazil, aconteceu de 19 a 22 de julho últimos, em São José dos Campos/SP, e é um dos mais impactantes eventos para alunos das escolas públicas e privadas de todo o país no segmento de tecnologias de ponta.

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Ambiente de aprendizagem na The Future School utiliza ferramentas mais lúdicas de programação, robótica e eletrônica, mas também ferramentas profissionais e plataformas que o aluno veria somente em uma faculdade ou curso técnico, indo ao encontro das necessidades do mercado de trabalho

Durante essa semana os alunos apresentam seus projetos, aplicativos e outras ações inéditas que desenvolveram. O objetivo da competição é desenvolver um sistema, aplicativo ou robô que auxilie a humanidade de alguma forma e resolva algum problema.

Dentre os premiados, o destaque é para Caetano Pieralisi, aluno da The Future School, localizada em São José do Rio Preto/SP. Ele levou sozinho o troféu de segundo colocado (sendo que os demais premiados eram grupos que tinham de 5 a 8 integrantes).

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Caetano Pieralisi, 16 anos, tirou o segundo lugar na competição de aplicativos da Semana EAT, no estilo “Batalha de Startups”, por desenvolver um app que democratiza o ensino de programação em tecnologia para crianças e adolescentes de forma gratuita

O problema que Caetano escolheu resolver foi referente à ODS4, que são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, número 4, ligado ao ensino de qualidade. Ele desenvolveu um aplicativo que democratiza o ensino de programação em tecnologia para crianças e adolescentes de forma gratuita.

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Para o CEO da The Future School, João Aleixo, pode ser um perigo ensinar inteligência artificial na hora errada para crianças e adolescentes, que ainda não tem base sólida na área da tecnologia

Em breve entrevista, o CEO da The Future School, João Aleixo, fala sobre o evento, as novidades na área do ensino das tecnologias de ponta e os desafios que se apresentam em meio às demandas trazidas pela inteligência artificial, robótica e afins. Confira:

O que representa a colocação em 2º lugar (solo), considerando que o primeiro lugar foi para um grupo com mais de 5 alunos?
João Aleixo – Para a gente foi uma grande conquista. Primeiro, porque para participar dessa semana EAT já foi realizada uma pré-seleção muito rigorosa. Então, para ter acesso a essa semana de imersões, Caetano já estava colhendo recompensas por ter passado para a segunda fase da Olímpiada Brasileira de Tecnologia. E os próprios organizadores da Olímpiada, que também são da Alpha Lumen, viram um potencial no projeto dos meus alunos e convidaram esse estudante para participar da semana EAT. Conquistar o segundo lugar em uma premiação com tanto peso e nome, sabendo que ele desenvolveu esse projeto sozinho, enquanto os outros grupos tinham de 5 a 8 integrantes, para nós significou muito, ainda mais sabendo que os próprios participantes da competição já eram muito qualificados. Caetano está conosco desde 2018 e hoje está com 16 anos. Entrou aqui na escola com 8 anos de idade e já passou por todos os cursos que oferecemos: desenvolvimento de jogos, aplicativos, robótica, pilotagem e programação de drone.

Em que sentido o método de ensino da The Future School contribui para um melhor preparo dos estudantes e futuros profissionais?
João Aleixo – Nós trabalhamos com toda capacitação e formação da criança desde seus 7 anos até os 18 anos, quando ela está indo para o mercado de trabalho. Usamos desde ferramentas mais lúdicas de programação, robótica e eletrônica, até ferramentas profissionais e plataformas que o aluno veria somente em uma faculdade ou curso técnico. Assim ele vai ao encontro do que o mercado de trabalho está precisando na área de tecnologia.

Quais os desafios que a inteligência artificial apresenta para o processo de aprendizagem e para os profissionais do futuro (e do presente já também)?
João Aleixo – A inteligência artificial tem duas frentes que podem ser trabalhadas. Acredito que, para um aluno que já tenha uma base muito bem fundamentada na tecnologia, como é o caso dos alunos aqui da The Future School, a inteligência artificial ajuda a potencializar os resultados. Um aluno que já sabe, por exemplo, programar um jogo, um sistema, um robô, vai usar a inteligência artificial para acelerar os resultados. Isso é positivo. Agora, ensinar inteligência artificial para uma criança ou um adolescente que não sabe a base fundamental por trás das linguagens de programação, da eletrônica, da robótica, da mecatrônica, fará com que use uma “muleta” para o desenvolvimento daquela criança ou adolescente. Por não ter a fundamentação, esse jovem não sabe o que está fazendo. Só está pegando coisas prontas, dando comando para um sistema que vai entregar as respostas prontas e que muitas vezes ele nem sabe usar o que está sendo entregue. O perigo de ensinar inteligência artificial na hora errada é, primeiro, deixar a criança e o adolescente preguiçoso; segundo, não desenvolver bases sólidas de aprendizagem; e terceiro, ele não saber usar o que está recebendo. Viram elementos prontos, inúteis, ou nos quais o aluno não consegue se aprofundar.

Na The Future School a demanda dos alunos é maior em que área do conhecimento: robótica, games ou IA? Essa demanda/interesse é proporcional à demanda do mercado de trabalho?
João Aleixo – É muito comum os clientes procurarem a The Future School para curso de robótica especificamente. Porque é um assunto que passa muito na televisão, os pais associam a parte de games a algo ruim, então buscam a robótica, que é algo mais manual, palpável. Então, normalmente as pessoas vêm em busca disso. Quando entram em contato com a escola, gostamos de trazer a família para o processo de aprendizagem também. Então todos entendem que o mundo da tecnologia é muito maior do que apenas robótica. Dentro da própria robótica há três pilares: mecânica, eletrônica e programação. Além da robótica, temos desenvolvimento de jogos, aplicativos, sistemas, que é um mundo infinito de oportunidades. Na The Future School, o cliente vem em busca da robótica, mas quando entra em contato com a escola ele descobre que existe um mundo muito maior e infinito de possibilidades para o aluno se desenvolver. Até porque nem todo mundo que gosta de tecnologia, gosta de robótica ou de games. Dessa forma, conseguimos “abraçar” aquela criança que é mais manual, analógica, que gosta de montar coisas, desenvolver robôs, por exemplo, e também conseguimos desenvolver aquelas crianças que são mais digitalizadas, ou seja, que gostam mais de mexer com plataformas, com software, com programação. Assim, na nossa formação, conseguimos abranger os dois públicos dentro da área da tecnologia.

Como profissional do ensino, qual sua opinião sobre a metodologia tradicional de aprendizagem atual nas escolas brasileiras?
João Aleixo – Eu sou um grande crítico da forma como as escolas estão encarando o ensino de tecnologia. Mais de 90% das escolas que tem aula de robótica e programação dentro da grade curricular é só para dizer que tem e para postar no Instagram. Dessa forma, não acontece um aprendizado de fato das novas tecnologias. Isso ocorre porque a escola não quer fazer o investimento necessário, comprando, por exemplo, um kit para 5 crianças dividirem na hora de montar um robô. Em segundo lugar, os profissionais que são colocados para dar aulas não têm o suporte e o nível de qualificação necessária. Muitas vezes é um próprio professor da escola, de outra área do conhecimento, como matemática, física. Em terceiro lugar, não existe uma metodologia de ensino por trás daquilo. O aluno não tem um plano de progressão e desenvolvimento, não tem uma escada onde ele vai desenvolvendo projetos cada vez mais avançados e complexos. Fica rodando em círculos. Acredito que não funciona essa forma de ensino.

“Sou apaixonado pela tecnologia e pela inovação”

Caetano Pieralisi, 16 anos, é natural de São José do Rio Preto. Ele conta um pouco sobre a experiência de participar da Semana EAT, onde teve a oportunidade de conversar com grandes nomes da área da tecnologia e fez pequenos pitches para vários empresários e representantes do setor público.

Ele relata como foi a competição de aplicativos, no estilo “Batalha de Startups” para apps que solucionam problemas do mundo real, no qual conquistou o segundo lugar em uma banca avaliadora composta por jurados do ITA, MIT e Alpha Lumen.

“Para a competição desenvolvi o aplicativo, criei o banner e preparei um pitch de vendas, além de gravar um vídeo do zero sobre a relevância do aplicativo. Por entender a importância da tecnologia não só no futuro, mas no presente, e por usar ela no meu dia a dia, sendo desenvolvedor web, usando ferramentas avançadas, criando agentes de IA etc., entendo que os resultados sempre levam tempo e devemos investir em medidas de longo prazo. Assim, eu mesmo comecei minha jornada na tecnologia 7 anos atrás e graças a uma preparação sólida e inovadora da The Future School que meus pais me proporcionaram, e estou colhendo alguns frutos agora”.

Ele explica que desenvolveu um aplicativo voltado para crianças e jovens que queiram aprender tecnologia de forma fácil e acessível para todos. “Desejo que o celular nas gerações atuais não seja visto como um vilão e uma distração, mas sim como uma ferramenta no aprendizado e evolução para quem desejar”, pontua.

O app funciona assim: O usuário baixa gratuitamente o aplicativo e tem acesso a aulas e treinamentos de qualidade divididos por faixas de idade nos mais diversos assuntos, como programação, robótica, lógica, etc. Após aprender sobre um assunto, o usuário responde um quiz sobre o tema e ganha pontos e recompensas por isso, incentivando cada vez mais o interesse do jovem na tecnologia. O app também disponibiliza o desenvolvimento de projetos práticos e permite que a criança coloque a “mão na massa” de verdade. “Há a possibilidade de upgrade para um plano mais avançado e também vamos disponibilizá-lo para escolas parceiras. Essa é a primeira plataforma nesse estilo voltada a esse público do Brasil”, comemora Caetano.

Segundo ele, a conquista representou muito, pois além da relevância da competição, com instituições extremamente renomadas como o MIT e o ITA por trás e jovens de 16 estados competindo, o desafio de fazer quase todo o trabalho sozinho e competir com equipes de até 6 integrantes de alto nível foi gigante. “Ser a única pessoa da minha cidade a ser convidada para a competição e ser o único sozinho no pódio me mostrou que valeu a pena todos os anos de dedicação, muito estudo e esforço. Minha maior felicidade foi ver a alegria dos meus pais e a demonstração de interesse deles em saber tudo sobre essa experiência incrível”.

E finaliza: “agradeço a The Future School por todos os anos de preparação e pelo suporte fundamental, principalmente ao João que sempre me auxiliou e me deu toda a orientação necessária para a competição. Agradeço aos meus pais por acreditarem em mim, me darem suporte sempre que precisei e por serem tão presentes e motivadores. E agradeço também ao meu amigo Gabriel Akira (que infelizmente não foi para a etapa final), mas que foi muito importante em todo esse processo. Uma frase que sempre me motivou a acreditar nos meus sonhos é essa do Steve Jobs, que diz: ‘Tudo ao seu redor, que você chama de vida, foi inventado por pessoas que não são mais inteligentes que você, e você pode mudar, influenciar tudo, pode construir suas próprias coisas que os outros poderão usar’”.

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