Em um cenário alarmante, a insuficiência cardíaca emerge como uma das maiores ameaças à saúde no Brasil, atingindo aproximadamente 2 milhões de pessoas, com 240 mil novos casos registrados anualmente. Essa condição, caracterizada pela incapacidade do coração em bombear sangue eficientemente, representa um desafio significativo, mas especialistas concordam que o diagnóstico precoce é fundamental para o controle e a recuperação do paciente.

Com números crescentes, a insuficiência cardíaca torna-se uma preocupação de saúde pública, enquanto médicos destacam os sintomas e a necessidade urgente de medidas preventivas
O cardiologista Luis Paulo Soares, da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, destaca que a insuficiência cardíaca muitas vezes está associada à progressão de outros problemas cardiovasculares, como hipertensão e infarto do miocárdio. A detecção precoce, portanto, torna-se crucial, especialmente considerando que a doença pode se manifestar de forma crônica, progredindo ao longo do tempo, ou de maneira aguda, surgindo após eventos como infarto ou miocardite.

De acordo com cardiologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, é importante que as pessoas estejam atentas aos sintomas e busquem cuidados médicos especializados
O diagnóstico da insuficiência cardíaca envolve uma análise clínica do histórico médico do paciente e a identificação de sintomas específicos, como falta de ar, principalmente durante atividades físicas cotidianas, e dificuldade em deitar-se de costas sem elevar a cabeça. A dispneia paroxística noturna, caracterizada pela sensação de afogamento ao acordar, é comum nesses casos.
Para confirmar o diagnóstico, são prescritos exames de imagem como raio-X de estresse, eletrocardiograma e o exame de sangue BNP, que avalia a quantidade de uma proteína produzida continuamente pelo coração. O ecocardiograma, por sua vez, classifica a doença de acordo com a Fração de Ejeção (FE) do ventrículo esquerdo, essencial para determinar o tratamento adequado.
A FE, representando a porcentagem de sangue ejetada a cada batimento, é um indicador crucial. Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de reversão do quadro, enquanto estágios avançados podem exigir cuidados mais complexos. Hoje, procedimentos e medicamentos embasados em estudos científicos oferecem opções eficazes, desde ressincronização cardíaca até tratamentos inovadores.
A insuficiência cardíaca, muitas vezes silenciosa, revela-se como um desafio crescente no panorama de saúde brasileiro. A conscientização, a busca por diagnóstico precoce e a aplicação de tratamentos eficientes são fundamentais para combater essa epidemia e garantir uma qualidade de vida melhor para milhões de brasileiros.