A Rinoplastia é uma das cirurgias que tem crescido no Brasil nos últimos anos. Geralmente realizada em busca pelo nariz perfeito, o otorrinolaringologista Eduardo Stefani explica o procedimento, que também é indicado em casos de problemas de saúde.

De acordo com o Dr. Eduardo Stefani, a rinoplastia recentemente vem sendo realizada por cada vez por mais médicos, o que tem contribuído com o crescimento do interesse de pesquisadores e professores experientes na área de descobrir técnicas mais modernas, menos traumáticas e mais seguras. “Hoje em dia são inúmeros os cursos oferecidos para quem busca um aperfeiçoamento, principalmente com os cursos on-line, onde o profissional pode acompanhar cirurgias inteiras dos melhores profissionais do mundo”, conta.


O médico destaca que o crescente número de procedimentos de rinoplastia se devem, principalmente, aos casos estéticos. “A maioria das rinoplastias acontecem pela busca do paciente por um nariz mais bonito, mais harmônico, ou para correção de alguma deformidade que o incomoda”, diz.

Entretanto, ele acrescenta que há casos em que a cirurgia deve ser realizada por questões de saúde. “Existem alguns casos em que a rinoplastia precisa ser realizada não por um desejo de melhorar a estética, mas por uma necessidade. É o caso de paciente que teve fraturas nasais pós-traumas, algumas doenças como ressecção (remoção) de tumores ou ainda pacientes que respiram mal por terem um nariz muito desviado tanto na parte interna como externa o que gera a necessidade de se corrigir ambas para se alcançar um resultado adequado. Existem ainda alguns casos em que as cartilagens do nariz são muito frágeis e obstruem o nariz necessitando de procedimentos de sustentação destas cartilagens” detalha Dr. Eduardo.

A cirurgia habitualmente é realizada sob anestesia geral mas alguns serviços preferem realizar sob anestesia local com sedação. O tempo do procedimento varia de acordo com a experiência do cirurgião, a técnica utilizada, se existem procedimentos funcionais que precisarão ser associados e principalmente o tipo de problema que o paciente apresenta. “Em média, são cirurgias que levam em torno de 3 a 5 horas. Casos de re-operação costumam sempre ser mais complexos e levar mais tempo”, explica o médico.
Há ainda algumas diferenças entre procedimentos que são significativas: “A cirurgia pode ser realizada de forma ‘fechada’, com cortes apenas na parte interna do nariz, ou ‘aberta’, com uma pequena incisão na pele da columela que é a divisão entre as duas narinas e que se transforma numa cicatriz quase inaparente após a cirurgia e desta forma, apesar de demandar mais tempo cirúrgico, permite uma visualização muito maior à anatomia nasal”, detalha o otorrinolaringologista.
Mas o que pode ser corrigido?
Na cirurgia, diversas alterações podem ser resolvidas ou amenizadas como nariz torto, assimétrico, ponta caída, ponta globosa, o “caroço” (ou elevação) no dorso do nariz chamado giba entre outras diversas alterações. Apesar de muitas vezes os pacientes ficarem um pouco inchados, com alguns hematomas, curativos, a cirurgia não costuma ser muito dolorosa mas requer alguns cuidados no pós-operatório como evitar sol, exercícios físicos, fazer retornos para curativos e acompanhamentos, usar as medicações recomendadas entre outros.
Além disso, existem novidades no setor que podem melhorar o pré e pós-operatório. “A tecnologia tem ajudado muito na medicina em geral. Na rinoplastia, temos programas de computador para avaliação pré-operatória, podendo fazer simulações e assim poder explicar melhor ao paciente compreendendo melhor a sua expectativa. Alguns programas de fotografia em 3D permitem inclusive se fazer moldes em impressora 3D do nariz do paciente e da simulação realizada. No intra-operatório usamos medidas bastante precisas não só através de réguas e compassos mas também de um equipamento chamado projetômetro que nos guia durante a cirurgia a chegarmos o mais próximo possível da simulação realizada em consultório. O Piezzo é um equipamento que faz cortes na parte óssea com menor trauma. Como disse, muitas pesquisas têm auxiliado os cirurgiões na escolha das melhores técnicas, com melhores resultados. O uso da cartilagem da costela tem sido de fundamental importância em muitos casos em que somente a cartilagem do paciente não é suficiente ou nos casos em que o paciente já realizou alguma cirurgia nasal prévia”, conta Dr. Eduardo Stefani.
Como a rinoplastia visa, principalmente, a correção de alterações estéticas do nariz mas, como já citado, sua realização pode ser necessária em alguns casos em que grandes desvios do nariz, fechamento das válvulas nasais, traumas, podem ser causadores ou colaborarem nos quadros e apneia do sono.
“Na rinoplastia estruturada, buscamos além de corrigir as alterações estéticas, corrigir também alterações estruturais como desvios do septo nasal, hipertrofia dos cornetos e disfunções das válvulas nasais, entre outros. Com isso, melhoramos a respiração nasal do paciente o que auxilia no tratamento da apneia do sono. Porém a apneia do sono precisa ser muito bem investigada pois pode ser originada por diversos problemas isolados ou concomitantes”, pontua.