Dr. João Paulo Dinali Santos Oliveira é conhecido mundialmente por seu trabalho com transplante capilar. Nascido em Vitória, mas com dois meses de idade já vivendo em Boa Esperança, no sul de Minas Gerais, é de lá que se considera natural. Nesta entrevista ele fala sobre sua trajetória, sua personalidade e o trabalho de vanguarda que realiza em benefício de tantos pacientes, fazendo com que o Brasil se destaque mundialmente quando o assunto é recuperar os cabelos e a autoconfiança. Ele conta que sua infância não foi sofrida, mas tudo era “apertadinho” em relação às contas. “Vim para Belo Horizonte, com 17 anos, para fazer faculdade. Era tudo na ponta do lápis, tudo muito caro. Meu pai e minha mãe fizeram muitos sacrifícios no início, para eu poder me formar. Depois tudo foi dando certo”, recorda. Formado em Medicina pela Unifenas, de Belo Horizonte, fez especialização em Dermatologia no ISMD (Instituto de Saúde e Medicina Dermatológica), que fica junto ao Hospital da Baleia, em BH. Ainda estudou na França e em Israel, para aprender algumas técnicas cirúrgicas. Confira a entrevista, em que é possível perceber o sotaque típico mineiro, mesmo em texto escrito:

- Quem é o João, ser humano, por trás do Doutor João Dinali tão conhecido e procurado?
Sou um cara simples demais da conta. Tudo para mim está bom, está sossegado. Sou muito comunicativo, tranquilo, fácil de lidar. Não fico apontando culpa ou culpados. Sou a pessoa que resolve o problema. O que fez gerar o problema, depois se descobre, para não gerar de novo, mas não é o foco inicialmente. Esse é muito meu perfil. E por ser algo menos formal do que as outras consultas médicas, essa é uma das grandes razões, além do aparato técnico, de as coisas estarem dando certo. - Quais lembranças você tem da infância, do que aprendeu com seus pais, em termos de valores, e que contribuíram para a formação de quem você é hoje?
Tive uma infância raiz. Fui criado solto, na roça. Meu pai sempre foi empresário. Por isso, ele sempre me botou para trabalhar, desde pequeno, tanto nas fazendas, quanto nas empresas dele. Desde pequeno entendi o valor do trabalho. Comecei de baixo. Primeiro ele me colocou para descarregar caminhão, depois para colher café na roça… Assim fui entendendo toda a escala, e que todo mundo é importante. Isso veio muito dos meus pais, de valorizar cada funcionário: entender que a parte mais importante de qualquer tipo de empresa, principalmente quando falamos da área da saúde, são os funcionários, porque eles precisam estar bem, para tratar bem os pacientes. E os pacientes, querendo ou não, só estão ali porque precisam. Por isso devem ser bem acolhidos. - O que faz do Brasil uma potência mundial do transplante capilar? Quais os principais centros e profissionais renomados na área que contribuem para esse status?
O Brasil sempre foi uma grande potência, falando em cirurgias estéticas. O brasileiro, em si, tem um senso de estética muito interessante, em função da beleza brasileira. Assim, nos tornamos uma referência muito grande. A estrutura que temos aqui hoje no país é diferente de qualquer lugar do mundo quando falamos de transplante. Na grande maioria dos lugares, em função dos altos custos, as cirurgias acontecem em clínicas ou consultórios. Já no Brasil, conseguimos operar em estrutura hospitalar. Eu faço 100% das minhas cirurgias dentro de um hospital. Temos nosso próprio hospital só para esses tipos de cirurgia. Isso traz mais conforto para os pacientes, mais segurança, aliado à qualidade dos resultados. O centro de formação que temos no Brasil em relação à estética traz gente de todos os lugares do mundo para aprender técnicas e artifícios praticados e criados por brasileiros. - Essa “fama” pode contribuir para pessoas más intencionadas que abrem clínicas clandestinas de transplante capilar?
Com certeza tem muita gente má intencionada que acaba se aproveitando disso, para poder “vender sonhos”, às vezes causando o mal para os pacientes e danos irreversíveis. Hoje, cerca de 50% das minhas consultas são para consertar transplantes que deram errado nesses lugares. Infelizmente, muitas vezes não tem mais como resolver. Por isso é muito importante o paciente conhecer muito bem o profissional que vai operá-lo, a forma como a cirurgia será feita, a técnica, os equipamentos utilizados e o local onde o procedimento será feito, se será no consultório, uma clínica, um hospital. Tudo isso faz total diferença e evita possíveis danos ou golpes. - Quais os riscos de um transplante capilar malfeito?
Os riscos envolvem desde uma estética ruim, que marca o paciente para o resto da vida, até o caso de levar um paciente à óbito, como um caso que aconteceu em fevereiro desse ano, em São Paulo. Então é preciso ter uma estrutura ideal. Por mais que seja um procedimento pouco invasivo, ele tem seus riscos como qualquer outro. - Em que casos é recomendado o transplante capilar e qual a diferença do implante ou tratamento de estímulo ao crescimento?
Em primeiro lugar: não existe implante, que seria “criar” e colocar o cabelo no paciente. Transplante é quando você tira de um lugar para colocar no outro. E é isso que se faz no cabelo. A grande diferença entre o tratamento e o transplante está nessa questão: se ainda existe raiz de cabelo, que chamamos de folículo, a primeira tentativa é estimular o crescimento com medicamentos. Mas se não tiver, não tem o que estimular. Daí é caso de transplante. - Além do aspecto físico, o que o fato de resgatar o cabelo de uma pessoa representa para o aspecto emocional e psicológico dela?
Muita gente procura o transplante capilar pela questão estética, porque sente falta do cabelo em si. Mas quando realizamos o transplante, o resultado vem em um ano. Durante esse período, nós acompanhamos o paciente. Tanto nós, profissionais do Instituto, como os familiares e amigos desse paciente, conseguimos perceber que ele muda completamente o jeito de agir, porque começa a voltar a ter mais confiança, a se sentir bem ao olhar no espelho. Em todos os lugares que chega, sempre tem alguém que vai comentar “nossa, como você está diferente, está bacana” e isso vai melhorando o paciente como um todo. Eu falo isso por experiência própria, porque passei por um processo de transformação muito grande, onde saí de 120 quilos para 87 quilos e senti isso na pele, como a confiança muda nosso jeito de agir, inclusive nos nossos relacionamentos. Muitas vezes pessoas casadas há mais de 30 anos reavivam a relação, porque é uma mudança que engloba todas as áreas da vida da pessoa. O homem, na maioria das vezes, se cuida muito pouco. Tenho pacientes com 30, 40 anos que nunca fizeram um exame de sangue na vida. Durante o processo de transplante, fazemos muitos exames, investigamos, incentivamos hábitos saudáveis de vida, como o de fazer exercícios e se alimentar melhor. - Que outros serviços o Instituto Dinali oferece aos clientes/pacientes?
Criamos o Instituto justamente com essa intenção. Hoje temos dermatologista para fins de tratamento de doenças e para fins estéticos, médicos que tratam com remédios, com cirurgia, terapeutas capilares. Porque não basta só ter cabelo, mas que seja um cabelo de boa qualidade, bonito, brilhoso. Estamos ampliando agora para atender rinoplastia, com um médico otorrinolaringologista, blefaroplastia, que são as cirurgias das pálpebras, feitas por um cirurgião plástico, teremos também nutricionista, endocrinologista e nutrologista. Tudo isso pensando em ajudar esse paciente como um todo, em todos os aspectos da sua vida.
