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Analice Nicolau
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Primeiro longa-metragem protagonizado por uma atriz surda é selecionado para festival de cinema em Fortaleza

“Nem Toda História de Amor Acaba em Morte”, de Bruno Costa, integra a Mostra Competitiva do 19º For Rainbow, que ocorre de de 22 a 29 de agosto, no Ceará

Analice Nicolau

22/08/2025 11h00

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Primeiro longa-metragem protagonizado por uma atriz surda é selecionado para festival de cinema em Fortaleza.

O premiado longa-metragem “Nem Toda História de Amor Acaba em Morte”, do diretor Bruno Costa, foi selecionado para o 19º For Rainbow – Festival de Cinema e Cultural da Diversidade Sexual e de Gênero. O filme integra a Mostra Competitiva Internacional de Longas-Metragens e tem exibição no dia 24 de agosto, às 19h, no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura, em Fortaleza – CE.

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“Nem Toda História de Amor Acaba em Morte”, de Bruno Costa, integra a Mostra Competitiva do 19º For Rainbow.

A produção é o primeiro longa-metragem nacional protagonizado por uma atriz surda. Gabriela Grigolom dá vida à personagem Lola, uma jovem negra e surda que se comunica por meio da língua brasileira de sinais e luta para manter sua companhia de teatro ativa. Ela se envolve em um romance inusitado com a professora de sua filha, dando início a uma jornada amorosa em que terão que superar alguns obstáculos para poder viver esse relacionamento em paz.

“‘Nem Toda História de Amor Acaba em Morte’ é uma comédia dramática leve e divertida, que valoriza a arte do amar e que apresenta ao público novas possibilidades do amor, levando muita representatividade para a tela e também fora dela”, comenta o cineasta Bruno Costa, responsável também pelo premiado “Mirador” e codiretor da série “Cidade de Deus: A Luta não Para”, ao lado de Aly Muritiba.

O longa contou com mais de 30 figurantes surdos e sete atores também surdos que atuaram com Gabriela. Para que o set de filmagem se tornasse um lugar sem barreiras, o intérprete de Libras e consultor Jonatas Medeiros, que também atuou como assistente de direção, auxiliou no processo de construção de uma comunicação plural e inclusiva. Medeiros é também um dos fundadores da Fluindo Libras, grupo de tradutores ouvintes e surdos que promove a Língua de Sinais Brasileira, a arte cinematográfica e o teatro, promovendo soluções de entretenimento ao público surdo, como a Mostra Surda do Festival de Teatro de Curitiba.

Sinopse: Sol se apaixona por Lola, uma jovem atriz surda, e elas iniciam um romance.

Bruno Costa ainda reforça o seu papel na luta pela representatividade surda no cinema. “Esse é um filme feito para todos, principalmente para a comunidade surda. Desde o início do processo, tínhamos em mente que a produção não se tratava apenas de acessibilidade, mas de representatividade. Por isso, a nossa tradução em libras tem diversos diferenciais, como intérpretes para cada uma das personagens, respeitando idade, gênero e tom de pele. Além disso, os intérpretes vestem os mesmos figurinos dos atores e suas posições em tela também seguem as dos atores em cena, e não apenas de um lado da tela como tradicionalmente é feito. É uma questão de respeito com o público surdo e uma questão de linguagem, de integrar a interpretação em libras à estética do filme, trazendo assim uma nova e mais profunda experiência com o filme, e não apenas para surdos, mas também para ouvintes.”

“Nem Toda História de Amor Acaba em Morte” traz Sol, vivida por Chiris Gomes, uma professora de meia idade que se vê infeliz com seu casamento e sua vida em geral. Ela comunica ao então marido, Miguel (Octávio Camargo), que a relação acabou. Eles seguem morando juntos na mesma residência, porém em quartos diferentes, até que as coisas se encaminhem para cada um. Sol conhece Lola (Gabriela), mãe de uma de suas alunas, a pequena Maya (Sophia Grigolom), criando uma conexão única logo de início. Sol, que tinha um irmão surdo, é uma das poucas pessoas da instituição que se comunica facilmente com Lola, criando um relacionamento que vai além dos muros da escola.

Lola passa a frequentar a casa de Sol, criando uma inusitada convivência com o ex-casal, em que eles terão que aprender a se respeitar e superar o orgulho individual. Além disso, Gabriela Grigolom também apresenta em cena as dificuldades de comunicação do cotidiano de uma pessoa surda em uma sociedade não inclusiva, assim como os preconceitos sofridos não só pela surdez, mas também pela homofobia.

No 19º For Rainbow – Festival de Cinema e Cultural da Diversidade Sexual e de Gênero, “Nem Toda História de Amor Acaba em Morte” concorre aos prêmios de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Roteiro, Melhor Interpretação Masculina, Melhor Interpretação Feminina, Melhor Fotografia, Melhor Direção de Arte, Melhor Som, Melhor Trilha Sonora e Melhor Edição. Além disso, o ganhador de Melhor Filme leva também um prêmio de R$10 mil.

A edição do festival, que ocorre de 22 a 29 de agosto, celebra o Mês da Visibilidade Lésbica, valorizando a expansão simbólica das mulheres dissidentes, e traz o tema “Visíveis e Infinitas”, com uma identidade visual que simboliza a liberdade de existir, sentir e amar. A programação do evento é inteiramente gratuita e ainda reúne shows, teatro e oficinas. Mais informações no site oficial: https://forrainbow.com.br/

Colecionando prêmios

Em sua curta trajetória em festivais (até o momento), “Nem Toda História de Amor Acaba em Morte” foi ganhadora dos prêmios de Melhor Filme pelo Júri Popular e Melhor Ator (Octávio Camargo), no CINE PE; Melhor Filme pelo voto popular no Festival Rio LGBTQIA+; o de Melhor Filme da Mostra Libras Visuais do DIGO 2025 – Festival da Diversidade Sexual e de Gênero de Goiás; e o de Melhor Roteiro no CineRO – Festival de Cinema de Rondônia.

“Já são cinco prêmios em oito seleções. Estamos muito felizes por podermos construir uma trajetória consistente nos festivais brasileiros, levando representatividade e acessibilidade nas telonas”, finaliza Costa.

“Nem Toda História de Amor Acaba em Morte” é um lançamento da Beija Flor Filmes, comandada por Gil Baroni e Andréa Tomeleri, produtora que há 20 anos atua como um catalisador de mudanças, buscando humanizar narrativas culturalmente marginalizadas, dando voz e espaço para histórias autênticas da comunidade LGBTQIA+ e para todos os grupos sub-representados.

Responsável por títulos como “Casa Izabel”, “Alice Júnior” e “Alice Júnior – Férias de Verão”, a Beija Flor Filmes promove a contação de histórias com o compromisso de iluminar novos caminhos por meio das lentes da autenticidade e da inclusão.

“Nem Toda História de Amor Acaba em Morte” chega aos cinemas em 2026, com distribuição da Elo Studios. Mais informações pelo perfil oficial no Instagram (@nemtodahistoria) e pelo site oficial da Beija Flor Filmes: http://beijaflorfilmes.com/.

Sinopse: Sol se apaixona por Lola, uma jovem atriz surda, e elas iniciam um romance. Tudo se complica quando Lola passa a conviver sob o mesmo teto que o ex-marido de Sol, Miguel. Nesse curioso triângulo, eles irão descobrir que a morte de um amor pode ser o nascimento de outro.

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