Em um movimento que pode significar um revés considerável para o setor de transporte brasileiro, a Secretaria de Comércio Exterior (SECEX) analisou, no último 4 de dezembro, a aplicação de direitos antidumping sobre pneus novos radiais para ônibus e caminhões. Essa medida, voltada para os tamanhos de aro 20”, 22” e 22,5”, tem potencial para alterar drasticamente o custo desses componentes essenciais, afetando desde fabricantes de implementos rodoviários até profissionais autônomos e frotas inteiras.
O cenário é preocupante, considerando que os pneus representam o segundo maior custo no transporte, logo após o óleo diesel. Uma elevação nos preços impactaria diretamente mais de um milhão e meio de caminhões que cruzam o país, exacerbando os custos logísticos já elevados do Brasil. Por trás dessa iniciativa, está o intenso lobby da indústria de pneus, dominado por multinacionais que visam maximizar lucros e monopolizar o mercado nacional, um dos mais caros do mundo para o segmento.
A situação destaca a necessidade urgente de uma resposta coletiva que busque equilíbrio e promova a concorrência justa. As ações das multinacionais, incluindo o recente aumento de 16% no imposto de importação de pneus de carga e a tentativa de expandir o antidumping, ameaçam não apenas o setor de transportes, mas toda a economia brasileira.
É um momento crucial para a mobilização de todos os setores afetados, visando a defesa de um mercado justo e acessível. A dependência do país em relação a essas práticas exploratórias coloca em xeque não apenas a competitividade do transporte brasileiro, mas a soberania econômica nacional. Contra essa corrente, o setor de transportes e a população brasileira precisam unir forças, buscando alternativas e pressionando por mudanças legislativas que garantam a justiça e a equidade no mercado de pneus e além.