Menu
Analice Nicolau
Analice Nicolau

Olympo: quando o doping revela o vazio da alta performance

Colunista Analice Nicolau

12/12/2025 20h02

Ueliton Pereira, Psicólogo e Diretor Técnico da Holiste Psiquiatra

Análise de Ueliton Pereira, psicólogo e Diretor Técnico da Holiste Psiquiatria, sobre os desafios da alta performance no esporte e na vida

A série espanhola Olympo (Netflix, 2025), ambientada no Centro de Alto Rendimento dos Pireneus, expõe os dilemas de Amaia Olabarria (Clara Galle), capitã de nado sincronizado que enfrenta doping, culpa e esvaziamento psíquico sob pressão extrema. Por trás do thriller adolescente, a trama denuncia um sistema que prioriza resultados sobre subjetividade, ecoando casos reais como os de Michael Phelps e Simone Biles, que abandonaram competições para priorizar a saúde mental.

Na narrativa, o doping surge não como mera vantagem atlética, mas fuga emocional: Amaia usa substâncias para silenciar inseguranças e atender expectativas maternas, de uma ex-atleta, culminando em colapso na piscina,  metáfora do corpo que grita o que a fala cala. Estudos confirmam: atletas de elite têm taxas de depressão (até 30% moderada) e ansiedade (16% moderada) semelhantes ou superiores à população geral, agravadas por pressão e isolamento. No Brasil, pesquisas apontam 24% pensando em suicídio e 39% de prevalência de doping, demandando intervenções psicossociais.

Segundo Ueliton Pereira, psicólogo e Diretor Técnico da Holiste Psiquiatria, “A pressão por resultados no alto rendimento pode levar à desconexão emocional e ao esvaziamento da identidade do atleta. O doping muitas vezes é um sintoma de sofrimento psíquico não verbalizado, uma tentativa desesperada de sustentar uma imagem idealizada de si mesmo.”

Ueliton Pereira, Psicólogo e Diretor Técnico da Holiste Psiquiatra

Olympo critica ambientes que glamourizam o desempenho, negligenciando escuta e descanso, realidade que transcende esportes para escolas e empresas. Phelps, maior medalhista olímpico, e Biles, ícone da ginástica, revelaram depressão e TDAH, impulsionando debates globais sobre suporte psicológico essencial, não luxo. No Brasil, Rebeca Andrade reforça: estar bem psicologicamente é chave para o ouro olímpico.

Amaia não fracassa ao cair; revela o custo da omissão afetiva em sistemas narcísicos. Para formar campeões resilientes, urge políticas de saúde mental em alto rendimento: psicólogos integrados, valorização do erro e ensino de perda. Saúde mental no esporte de elite, doping psicológico, burnout atletas, Olympo Netflix análise, esses temas demandam ação urgente.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado