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Analice Nicolau
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Nu México cresce base de clientes 50% em 12 meses e já é 3º em cartões emitidos no país

Guilherme Lago, CFO do Grupo e Presidente do Conselho do Nu México, afirma que as unit economics locais da empresa são melhores do que as do Brasil em mesmo estágio de maturação, e que experiência anterior ajudou a acelerar resultados

Analice Nicolau

19/08/2025 18h00

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Nu México cresce base de clientes 50% em 12 meses e já é 3º em cartões emitidos no país.

O Nu México registrou um aumento de mais de 50% em sua base de clientes nos últimos 12 meses, e já é a terceira maior instituição financeira em número de cartões de crédito emitidos e a sexta maior em número de clientes, considerando bancos e SOFIPOs no país.

Os dados, referentes ao fechamento do segundo trimestre em junho de 2025, foram ressaltados por Guilherme Lago, CFO do Nubank e presidente do Conselho do Nu México, em sua primeira entrevista nessa nova função, no Nu Videocast. “Hoje servimos cerca de um em cada quatro mexicanos bancarizados. É uma conquista fenomenal em um período muito curto de tempo. Mas, na verdade, estamos apenas começando”, afirmou Lago.

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Em episódio do Nu Videocast Guilherme Lago, CFO do Grupo e Presidente do Conselho do Nu México, afirma que as unit economics locais da empresa são melhores do que as do Brasil.

O Nu México fechou o segundo trimestre de 2025 com 12 milhões de clientes, tendo sido o primeiro relacionamento bancário para cerca de 22% deles. Esses números, ainda que sejam bastante expressivos para uma operação de apenas seis anos, ainda não refletem todo o potencial econômico e de impacto na região, ressalta Lago. “O México certamente é uma aposta de longo prazo, no entanto isso não significa falta de disciplina financeira. Os primeiros sinais do modelo de negócio no México são muito encorajadores, e provam que nosso modelo pode escalar no país”, pontuou.

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“Hoje servimos cerca de um em cada quatro mexicanos bancarizados. É uma conquista fenomenal em um período muito curto de tempo”, afirmou Lago.

O executivo fundamenta sua visão na realidade econômica e de mercado do México. O país é a segunda maior economia da América Latina, com um PIB per capita superior ao brasileiro, mas apresenta uma penetração bancária de aproximadamente 50% (contra 90% no Brasil) e de cartão de crédito de apenas 12% (menos de um quarto da brasileira).

Lago afirma que a curva de engajamento e a receita por cliente no México têm crescido ainda mais rapidamente do que no Brasil na mesma fase de maturação do negócio. Isso ocorre, segundo ele, porque a empresa chegou ao México com seis anos de experiência adquirida no Brasil e um portfólio mais assertivo.

Dois caminhos de crescimento

As unit economics positivas ainda não se traduzem em lucratividade para a operação porque o Nubank segue investindo em sua tese de crescimento a longo prazo, explica Lago. Assim como fez no Brasil, a empresa acredita que construir relações ainda mais sólidas com a base existente e atrair novos clientes é a forma mais sustentável de crescimento. O caminho para o resultado positivo, portanto, passa por dois horizontes.

O primeiro, segundo Lago, é oferecer produtos melhores, mais simples e mais acessíveis para os mexicanos já bancarizados, engajando ainda mais a base de clientes. “Estamos trabalhando fortemente hoje nesse horizonte e temos uma visão muito clara de que vamos acabar com uma participação de mercado muito relevante, com um retorno sobre o patrimônio líquido que está no mesmo nível, se não melhor, do que o que temos no Brasil”, projeta.

Já o segundo é conquistar a fatia de desbancarizados do país, que, segundo relata, é mais da metade da população do México. “Estamos muito animados com a oportunidade de fornecer essas soluções aos mexicanos e poder compartilhar um pouco da nossa experiência aqui, e construir o que acreditamos que pode ser a maior franquia de banco digital da América Latina”, afirma.

A empresa está implementando com sucesso estratégias comprovadas, como a abordagem de crédito “low and grow”, que consiste em iniciar os clientes com limites de crédito modestos e aumentá-los à medida que mais dados são coletados. Esse método fomenta uma concessão de crédito conservadora e promove a educação financeira.

Lago observa que, embora a empresa se inspire em seus sucessos passados, ela está adaptando seu playbook de forma cuidadosa e sistemática às particularidades do mercado mexicano, com um foco claro em aumentar o engajamento e a principalidade dos clientes.

Licença bancária impulsiona estratégia de crescimento

Um marco fundamental para essa estratégia de expansão é a aprovação, em abril de 2025, da licença para o Nu operar como banco pela Comissão Nacional Bancária e de Valores (CNBV) do México. Essa licença permitirá a oferta de novos produtos e serviços, como a portabilidade de salários, um produto que, segundo Lago, “pode começar a mudar mais rapidamente um cliente ativo para um cliente com principal relação financeira”. Apenas 36% dos adultos no país possuem este instrumento financeiro (Pesquisa Nacional de Inclusão Financeira, 2024), concentrado em quase 90% em apenas cinco bancos.

A licença também traz o seguro de depósito, que, para Lago, permite ao Nu “compartilhar mais solidez e confiança para ganhar o direito de ser a principal relação financeira dos clientes”. Além disso, a aprovação regulatória possibilitará a entrada em novos segmentos, como o de Pequenas e Médias Empresas (PMEs), considerado estratégico. “Aprendemos, não só no Brasil, mas em outros países, que há muita sinergia e simbiose entre os lados do ecossistema do cliente e do PJ”, complementou.

“Estamos aqui para construir a maior instituição financeira do México na próxima década e estamos totalmente comprometidos em fazer isso de forma responsável e progressiva”, concluiu Lago.

Assista ao episódio completo do Nu Videocast

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