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Analice Nicolau
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Nefropediatra explica quais são os sinais de alerta para doença renal crônica em crianças

Dr. Gustavo Coelho Dantas revela como identificar sinais, os tratamentos disponíveis e a importância da prevenção

Analice Nicolau

19/10/2023 9h00

A doença renal crônica (DRC) é definida pela alteração da função dos rins e das vias urinárias por mais de três meses. Embora seja mais comum em adultos, as crianças também podem ser acometidas. Diante disso, o Nefropediatra Gustavo Coelho Dantas explica quais são os sinais de alerta para doença nos pequenos e os tratamentos disponíveis.


Diferente dos adultos, as principais causas de DRC em crianças variam conforme a faixa etária. Nos menores de cinco anos são mais frequentes as malformações congênitas do trato urinário, enquanto em crianças de idade escolar e adolescentes predominam a glomerulopatia, nome dado ao grupo de doenças que acometem os glomérulos, uma estrutura microscópica existente nos rins, responsável pela filtração do sangue e produção da urina. Além disso, podem acontecer sequelas de doenças adquiridas e enfermidades de caráter hereditário.


Alguns sinais de DRC podem ser identificados com mais facilidade como alterações de cor, quantidade e frequência urinária, presença de espuma na urina, edema facial ou em extremidades, déficit de crescimento ou alterações de pressão arterial.


“É necessário medir a pressão em todos os atendimentos nas crianças acima de três anos e, caso haja algum fator de risco pessoal ou familiar, medir em qualquer idade. Também é indicado aferir a função renal através da dosagem da creatinina sérica sempre que identificar situações de risco, solicitar sumário de urina e procurar sinais precoces de doença renal, como pequenas quantidades de proteína na urina”, explica Gustavo Coelho Dantas, coordenador de nefropediatria do Hospital Santa Joana de Recife.


Nefropediatra na DaVita, um dos maiores provedores de serviços renais dos EUA e presente em 12 países, o especialista revela que o tratamento da doença renal crônica deve começar quando há suspeita ou qualquer alteração anatômica, de pressão ou nos exames laboratoriais, além de promover bons hábitos de saúde, controle da pressão arterial e até uso de medicamentos que possam evitar a progressão da doença renal para uma falência da função do órgão.


“Quando a função renal fica abaixo de 30%, o tratamento conservador já inclui medicamentos para ajudar nas funções hormonais e de controle hidroeletrolítico e da acidose, que o rim passa a não exercer completamente,” afirma Dantas. “Quando essa função residual se aproxima de 15%, é preciso lançar mão dos métodos de substituição renal: a diálise peritoneal, a hemodiálise ou, assim que possível, o transplante renal”.


Assim como na fase adulta, por ser uma condição crônica, a doença renal infantil muitas vezes pode ser uma jornada exaustiva e difícil, e o suporte familiar é um aliado imprescindível para que a criança tenha qualidade de vida e consiga realizar seu tratamento da melhor maneira possível.

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