No podcast da jornalista Leda Nagle, disponível em seu canal no YouTube, o jornalista e autor de livros sobre casos de grande repercussão, como os de Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga, Flor de Lis e o Maníaco do Parque, compartilhou detalhes de sua primeira conversa com Mitsuo Matsunaga, CEO da Yoki e pai de Marcos Matsunaga, assassinado em 2012 pela esposa, Elize.
Segundo o escritor, ele inicialmente contatou Patrícia Kaddissi, advogada da família Matsunaga, para informar que estava escrevendo um livro e queria falar com Mitsuo sobre o assunto. Patrícia revelou que o empresário já havia recusado inúmeros pedidos de jornalistas. Ela mencionou que sempre levava essas solicitações a ele, mas que Mitsuo ficava irritado e ordenava que negasse qualquer novo pedido de entrevista. No entanto, ao saber que se tratava de um livro que traria o nome Matsunaga na capa, a advogada decidiu apresentar o pedido de Ulisses ao empresário, explicando que não seria apenas uma reportagem.
“Eu queria evitar que ele fosse surpreendido com um livro com seu sobrenome nas prateleiras”, explicou Ulisses. Para sua surpresa, Mitsuo, que já havia lido o livro sobre Suzane von Richthofen, aceitou a conversa. O encontro aconteceu durante a pandemia, com todos os cuidados necessários, no escritório do empresário em Pinheiros.
A contribuição de Mitsuo Matsunaga foi essencial, de acordo com o autor. O livro traz detalhes sobre a vida de Marcos, já que Ulisses havia entrevistado várias garotas de programa que frequentavam festas organizadas por ele e outros empresários. Mitsuo não defendeu o filho e foi claro ao diferenciar o comportamento de seus dois filhos: “Tenho dois filhos. Um nunca bebeu, estudou, casou. O outro bebia, saía com garotas de programa, colecionava armas e nunca levou o trabalho a sério. Um está morto, o outro está vivo”, disse o empresário.
Ulisses também trouxe à tona a história da Yoki, explicando que a empresa foi herdada por duas filhas de um empresário, que não tinham talento para gerenciar o negócio. Seus maridos, incluindo Mitsuo, assumiram a administração. O irmão de Marcos era considerado mais dedicado e responsável, enquanto Marcos, embora fosse diretor executivo, detinha menos de 2% da empresa e não tinha voz nas decisões importantes.
Uma das maiores mágoas de Marcos foi não ter participado do processo de venda da Yoki para a General Mills. Além disso, durante a auditoria realizada antes da venda, foi descoberto que Marcos havia montado uma empresa dentro da Yoki para exportar produtos e estava envolvido em fraudes. Ele contrabandeava armas e vinho utilizando navios da empresa, algo que só foi descoberto após sua morte.
O escritor também mencionou que, durante a conversa com Mitsuo, ficou evidente que a raiva do empresário não era apenas pela morte do filho, mas também pelo uso do sobrenome da família: ligação de Elize com o nome Matsunaga.
