Menu
Analice Nicolau
Analice Nicolau

Malformação Arteriovenosa Cerebral: inimigo silencioso que ameaça vidas jovens

Dr. Feres Chaddad alerta sobre os sintomas e tratamentos da MAV antes dos 40 anos

Analice Nicolau

21/11/2023 12h30

Quase sempre fatal antes dos 40 anos, a malformação arteriovenosa (MAV) cerebral é um inimigo silencioso que ameaça a saúde de jovens adultos em todo o mundo. Estudos epidemiológicos recentes revelam que 10 em cada 100 mil pessoas são afetadas por essa condição vascular complexa, caracterizada por um emaranhado de artérias e veias malformadas, assemelhando-se a uma bola de lã.

Dr. Feres Chaddad é referência mundial no tratamento da MAV Cerebral

O renomado neurocirurgião Dr. Feres Chaddad, referência mundial no tratamento da MAV, alerta para os sintomas indicativos da doença, como dores de cabeça intensas, mudanças bruscas de humor, espasmos, convulsões e até mesmo depressão. “A MAV é uma comunicação direta e anormal entre veias e artérias, prejudicando o fluxo sanguíneo e a circulação de oxigênio no tecido cerebral”, explica o especialista.

Fernanda Bota dançando, já curada

Os sintomas podem variar, desde cefaleia até déficits motores, e o diagnóstico pode ser feito por meio de exames de rotina ou em situações sintomáticas. Pacientes como Fernanda Bota e Débora de Carvalho compartilham suas histórias de superação, destacando a importância do diagnóstico precoce e do tratamento especializado.

Quando existe a suspeita, o diagnóstico da MAV pode ser feito com tomografias, ressonâncias magnéticas e angiografias digitais, sendo este último o mais importante, pois se trata de um exame dinâmico da circulação cerebral, muito útil para definir o tratamento e os planejamento cirúrgico. Para a publicitária Fernanda Bota, de 38 anos, foi graças à um exame para investigar dor de cabeça, que ela descobriu a sua MAV.

Débora de Carvalho, de 39 anos, recebeu seu diagnóstico de MAV enquanto estava grávida

“Sempre fui muito ativa fisicamente. Sou bailarina, faço academia, mas sempre tive enxaquecas, muito fortes, além de formigamentos nas mãos, na boca e às vezes me sentia aérea com as dores de cabeça. Ainda assim, elas não eram frequentes. Em 2020 elas aumentaram de frequência, e comecei a apresentar pelo menos 3 dias por mês de dor de cabeça muito forte e atribuía isso ao estresse”, salienta a paciente.

Depois da consulta com o neurologista, foi detectado que a MAV de Fernanda estava bem próxima à área cerebral responsável pelo movimento (área motora primária), o que poderia levar a sequelas principalmente na região da mão esquerda. Após ser avaliada pelo Dr Feres Chaddad, ela foi submetida à cirurgia para ressecção da lesão vascular.

“Em um primeiro momento eu fiquei muito assustada, porque a minha MAV já estava com um aneurisma. A minha maior preocupação era ter que viver com isso e não ter cura, mas agora que estou saindo do estado de alerta – eu tive a sensação como se eu tivesse sobrevivido a um desastre aéreo”, reforça Fernanda.

MAV e AVC

Débora de Carvalho, de 39 anos, recebeu seu diagnóstico de MAV enquanto estava grávida. Ela apresentou um quadro persistente de enjoo e dor de cabeça súbita em um ponto específico da cabeça, que evoluiu e foi diagnosticado como acidente vascular cerebral.

Ela procurou o serviço de pronto atendimento, onde foi submetida à drenagem de hematoma e descompressão cerebral de urgência. Infelizmente, ficou para resolução prévia, mas ficou com o movimento do lado esquerdo debilitado, além de perder a visão periférica esquerda. “Mesmo grávida e com muitos riscos, conseguimos fazer o parto através do acompanhamento com o obstetra e com o Dr. Feres. Após algumas semanas, iniciamos o tratamento com uma embolização prévia pré-operatória, seguido da microcirurgia para a retirada da MAV”, conta Débora

Após a recuperação da cirurgia, Débora passou também pela restauração do crânio (cranioplastia), na qual é colocado uma prótese no formado da calota craniana que foi removida na cirurgia da descompressão cerebral. Atualmente, evolui bem com uma recuperação motora total e parcial do campo visual – uma questão neurológica que demora um pouco mais para voltar.

“O tipo de tratamento depende das características próprias da MAV e do paciente. O tratamento pode ser: radiocirurgia (realizada com radiação dirigida, sendo preferida em lesões muito pequenas em localizações de difícil acesso), embolização (injeção de substâncias por dentro dos vasos a fim de ocluir os vasos que alimentam a MAV, para diminuir a fluxo de sangue que chega até ela), microcirurgia (isolada ou com prévia embolização da MAV) ou tratamento expectante, quando não existe outra opção terapêutica devido ao alto risco de complicações”, complementa Chaddad.

O Dr. Feres Chaddad ressalta que, embora a MAV seja uma condição séria, ela tem cura quando tratada de forma completa. Os métodos de tratamento incluem radiocirurgia, embolização, microcirurgia e, em alguns casos, o tratamento expectante.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado