Um livro com aquarelas “esquecidas” de um pintor suíço foi lançado no Brasil. Biólogo da Unicamp, André Victor Lucci Freitas foi encontrado pela neta do pintor para organizar a publicação da obra “Borboletas do Brasil – Aquarelas”.
Segundo o professor do Instituto de Biologia da Unicamp, as imagens foram feitas por Paul-André Robert décadas atrás, mas não chegaram a ser publicadas. A neta do aquarelista, Béatrice Reichen-Robert, que é professora de francês no Brasil, teve a ideia de reunir as imagens e procurar por um biólogo especialista em borboletas pra fazer a parte científica que acompanharia as imagens. “As aquarelas foram feitas com o intuito de fazer um livro sobre borboletas brasileiras. Aí ela me achou pela internet ao procurar especialistas em borboletas e mariposas e entrou em contato comigo. A gente lançou esse livro juntos”, conta André.

A obra conta com a descrição científica das borboletas e mariposas, além de dados sobre a história do pintor e dados sobre sua obra, detalhada por Blaise Mulhauser, diretor do Jardim Botânico de Neuchâtel, na Suíça. Além dos três autores, se juntou à obra Almir Cândido de Almeida, fotógrafo e aquarelista, que relata no livro sobre os detalhes trazidos pelas fotos e aquarelas como diferentes maneiras de representar o mundo e a natureza. “Eu particularmente achei muito interessante, porque era numa época que fotografias eram caras e não muito fáceis de conseguir, imagens de natureza muitas vezes retratavam melhor as espécies, a biodiversidade, do que as fotografias”, diz André sobre as aquarelas de Paul-André Robert presentes no livro.

Créditos: Divulgação
André Victor Lucci Freitas conta ainda que o livro teve apoio de várias instituições, inclusive da Embaixada da Suíça no Brasil. “Tanto é que sexta-feira nós vamos ao almoço que vai ser também em comemoração ao lançamento do livro na Residência Consular do cônsul da Suíça, em São Paulo”, diz.
Para o biólogo, participar de uma publicação como esta foi um momento especial. “O Paul-André deixou esse legado. Ele tinha uma qualidade, uma técnica excepcional de pintar em aquarela, que pode ser apreciada pelas imagens que estão reproduzidas lá [no livro]. Além do mais, o livro celebra um encontro entre áreas que parecem tão distintas, mas que caminham lado a lado, a arte com a ciência. Esse é um ponto que é muito interessante. Assim, esse foi um momento muito especial em minha carreira, onde pude contribuir com uma obra juntando a arte e a ciência”, pontua.