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Analice Nicolau
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 Kaya Mind, empresa brasileira especializada em dados e inteligência de mercado da cannabis identifica 37 empresas ligadas ao cânhamo no Brasil

Análise da startup aponta que, se regulamentado, o cultivo do insumo poderia movimentar mais de R? 4,9 bilhões no seu quarto ano de legalização no país

Analice Nicolau

31/03/2022 17h00

Análise da startup aponta que, se regulamentado, o cultivo do insumo poderia movimentar mais de R? 4,9 bilhões no seu quarto ano de legalização no país (Foto: Pixabay)

Kaya Mind, primeira empresa brasileira especializada em dados e inteligência de mercado no segmento da cannabis, do cânhamo e de seus periféricos, divulgou na última terça-feira (29) seu quinto relatório de mercado, o primeiro de 2022, sobre cânhamo e seus possíveis impactos econômicos e sociais no Brasil.

O material mostra toda a história do cânhamo, planta pertencente à espécie Cannabis sativa L., presente em registros históricos desde 9.000 a.C, e dá destaque para a sua evolução ao longo do tempo, revelando dados sobre o alto potencial do produto no Brasil caso ele fosse regulamentado, principalmente para uso na agricultura, devido às suas inúmeras possibilidades de produção de matérias-primas.

Em uma análise inédita, a Kaya Mind identificou que hoje existem 222 empresas brasileiras exclusivamente voltadas ou relacionadas ao mercado de cannabis e de seus periféricos no país. Desse total analisado, 37 têm ligação direta com os insumos do cânhamo (fibras, sementes e flores). Uma a uma, foram analisadas e classificadas de acordo com suas atividades centrais, cada empresa, no entanto, pode ter até 3 classificações.

É importante reforçar que as 222 empresas não correspondem à totalidade de companhias voltadas ao mercado da cannabis no Brasil, esse número é referente ao valor encontrado no mapeamento realizado pela startup a partir de pesquisas internas. Essas empresas também foram distribuídas em relação aos seus papéis na cadeia produtiva do cânhamo a fim de observar o posicionamento delas no momento atual.

Conforme já era esperado por conta da legislação, os resultados apontam que a maior parte dessas empresas (44,8%) estão ligadas ao mercado de cannabis para uso medicinal farmacêutico. Na sequência, estão as empresas que trabalham com cannabis para uso adulto/fumáveis (16,2%), seguida das companhias que trabalham com cannabis para uso adulto/nutricional (10,8%), uso medicinal artesanal (8,1%), no segmento de flores de cânhamo (5,4%), de sementes de cânhamo (4%), de fibras de cânhamo (4%), de terpenos (1,3%), fitocanabinoides(1%) e, sementesda cannabis (0,3%). Confira o infográfico para entender como essas companhias se distribuem de acordo com suas classificações.

Com a análise da Kaya Mind, nota-se que a maior concentração de empresas atuam no setor de elaboração e venda de produtos finais, somando 78,4%. Isso acontece, pois a regulamentação atual no Brasil impede o desenvolvimento dos demais setores, enquanto é possível criar uma marca associada à imagem do cânhamo que venda produtos à base de algum derivado importado, como roupas e cosméticos.

Por outro lado, os outros setores estão muito atrás. O de cultivo (interno, externo ou estufas), colheita e pré-processamento (fibras, sementes e flores) soma 8,1%, seguido tanto do melhoramento (multiplicação, importação, exportação e produção de sementes) quanto de consultoria e investimentos (5,4%). Por fim, encontra-se o de maquinário e equipamentos, com apenas 2,7%.

Hoje, o cânhamo se encontra em uma zona cinzenta em relação à sua legalidade no Brasil, pois contém quantidades insignificantes de fitocanabinoides psicotrópicos, mas, ao mesmo tempo, ainda é proveniente da Cannabis sativa L.

Segundo projeções da Kaya Mind de junho de 2021, no seu quarto ano de legalização, o cânhamo industrial poderia acarretar R? 4,9 bilhões com a venda de seus derivados no Brasil e R? 330,1 milhões de impostos arrecadados para o Estado.

Para que o país alcance esse feito, ele precisaria de uma regulamentação que permita o cultivo nacional; incentivo a todos os tipos de produtores para cultivar cânhamo; possibilitar a produção do cânhamo para todos os fins; planejamento para exportação para os países estrangeiros; e desenvolvimento tecnológico para a colheita e processamento dos insumos.

No Canadá e nos Estados Unidos, por exemplo, pode-se ver que esse mercado já está mais desenvolvido. Isso fica evidente a partir do mapeamento de onde ficam sediados 23 global players de cânhamo no mundo, esses dois países lideram em quantidade, seguido da Alemanha e, depois, são divididos igualmente entre Itália, Inglaterra, Austrália, Países Baixos, China, Paraguai e Brasil.

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