O premiado cineasta da favela do Vidigal, primeiro negro a conquistar o prêmio de Melhor Direção de Longa-Metragem de Ficção na Competição Principal do Festival do Rio, traz uma narrativa sensível sobre juventude, amizade e cuidado familiar.

O aguardado Kasa Branca, primeiro longa-metragem de ficção dirigido por Luciano Vidigal, estreia em 23 de janeiro de 2025, com distribuição da Sessão Vitrine Petrobras. O filme já conquistou 11 prêmios em festivais e vem sendo elogiado pela crítica especializada. Com ele, o cineasta se tornou a primeira pessoa negra a receber o prêmio de Melhor Direção de Longa-metragem de Ficção na Competição Principal do Festival do Rio de Janeiro.

A história acompanha Dé, um adolescente negro da periferia da Chatuba, no Rio, que enfrenta a dura realidade de cuidar de sua avó nos últimos estágios do Alzheimer. Junto aos amigos, ele busca viver momentos de afeto e celebração, em uma narrativa tocante sobre juventude, amizade e cuidado familiar. Além das exibições, o lançamento de Kasa Branca contará com projeções seguidas de debates e oficinas, com o objetivo de despertar o interesse do público pelo cinema brasileiro.
A obra é uma produção da Sobretudo Produção, TvZero, Tacacá Filmes, Cavideo e Dualto, em coprodução com a Prefeitura do Rio, via Riofilme, Canal Brasil, Telecine e Globo Filmes, com apoio do Governo Federal, Ministério da Cultura e Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, por meio da Lei Paulo Gustavo.
Luciano Vidigal é cria da favela do Vidigal, no Rio de Janeiro, e já atuou em mais de 40 filmes. Ele dirigiu, entre outros, um dos episódios de 5X Favela Agora Por Nós Mesmos – filme que participou do Festival de Cannes em 2010. Seu cinema tem a marca de sua vivência e experiências, que ele leva para todos os cantos do mundo com seus filmes, como para a Riviera Francesa e o norte italiano, onde participou do Festival de Torino, na Itália, exibindo Kasa Branca.
Com mais de 20 anos de carreira, Vidigal se consolidou como um nome fundamental do cinema nacional. Sua trajetória é marcada pela forte conexão com as questões sociais e culturais do Brasil, explorando em suas obras temas como identidade, família e a vida nas favelas. Entre seus principais projetos estão:
• LÁ DO ALTO (2016) – Curta de ficção
A trama acompanha um menino sonhador que tenta convencer seu pai a conhecer o alto de uma montanha na favela do Vidigal, acreditando que o local, por estar perto do céu, o permitiria se comunicar com sua avó, de quem sente saudades. O curta passou por festivais importantes, como o Los Angeles Brazilian International Film Festival, o Festival Internacional de Curtas de São Paulo e o III Favela Festival.
• JANELAS DAQUI (2020) - Curta-documentário
Dirigido por Luciano Vidigal ao lado de Arthur Sherman, Janelas Daqui retrata, sob a perspectiva de uma janela, a vida na favela do Vidigal durante a pandemia de Covid-19. A obra mistura crítica, poesia e reflexão. Vale destacar que Sherman também assina a direção de fotografia de Kasa Branca.
• CIDADE DE DEUS - 10 ANOS DEPOIS (2013) - Longa-documentário
Neste documentário, Luciano Vidigal e Cavi Borges exploram o destino dos atores do clássico Cidade de Deus, lançado em 2002. Artistas como Seu Jorge, Alice Braga, Leandro Firmino, Darlan Cunha e Roberta Rodrigues compartilham suas trajetórias. Além da direção, Vidigal e Borges também assinam o roteiro de Cidade de Deus – 10 Anos Depois.
• 5X FAVELA AGORA POR NÓS MESMOS (2010) - Longa de ficção
Dirigido por um coletivo de diretores formado por Luciano Vidigal, Manaíra Carneiro, Wagner Novais, Rodrigo Felha, Cacau Amaral e Cadu Barcellos, o longa é composto por cinco episódios que abordam o convívio social e humano em diferentes comunidades. Os temas incluem ética e educação, amizade, amor, solidariedade, família e as dificuldades cotidianas das favelas, sem ignorar a violência e os desafios enfrentados por seus moradores.
• FUNK BRASIL: CINCO VISÕES DO BATIDÃO (2016) - Longa-documentário
Dirigido por um coletivo que inclui Luciano Vidigal, Cavi Borges, Christian Caselli, Rodrigo Felha, Marcelo Gularte, Julio Pecly e Paulo Silva, o documentário traça a evolução do funk carioca ao longo dos anos. A obra traz depoimentos de grandes nomes do gênero, como Rômulo Costa (Furacão 2000), Marcão (Cash Box), MC Magalhães, Menor do Chapa e Lexa, que compartilham suas histórias de luta e sucesso na música.
• COPA VIDIGAL (2010) - Longa-documentário
Com direção de Luciano Vidigal, Copa Vidigal destaca o poder do esporte em unir uma comunidade. A obra relembra o campeonato de futebol organizado em 1997 pelo professor Cypa, após uma guerra entre os morros do Vidigal e da Rocinha. O evento, realizado no Vidigal, tinha como objetivo promover a paz e fortalecer os laços entre os moradores.
• NEGUINHO E KIKA (2005) - Curta de ficção
Neste curta, Luciano Vidigal conta a história de Neguinho, de 13 anos, e Kika, de 14, dois jovens que vivem o primeiro amor em uma favela do Rio de Janeiro. Kika é uma adolescente romântica que realiza um sonho, mas o destino lhe reserva uma reviravolta surpreendente. O curta conta com a atuação de Babu Santana, que também atuou em Kasa Branca.
Luciano é um dos principais cineastas contemporâneos a dar voz às comunidades cariocas. Com Kasa Branca, ele reforça sua trajetória de sucesso, apresentando uma obra que emociona e amplia a visão sobre a realidade das favelas, consolidando seu legado no cinema nacional.