Uma nova informação pode mudar os rumos da investigação sobre o acidente com o voo 2283, da Voepass, que matou 62 pessoas em Vinhedo (SP), em 9 de agosto de 2024. Segundo uma testemunha exclusiva ouvida pelo G1, o piloto que utilizou o ATR 72 500 poucas horas antes da tragédia teria relatado informalmente falhas no sistema de degelo da aeronave — item crítico para a segurança do voo em condições meteorológicas adversas.

A falha, no entanto, não foi registrada no Technical Log Book (TLB), o diário técnico que documenta as condições operacionais do avião. Sem o registro oficial, a aeronave foi liberada para voo na manhã seguinte, com destino de Cascavel (PR) para Guarulhos (SP), onde caiu minutos antes do pouso.
Especialistas em aviação apontam que o sistema de degelo é essencial para manter a sustentação da aeronave em situações de gelo e neblina. A omissão pode indicar negligência técnica e falhas graves no protocolo de manutenção, fatores que reforçam o pedido de responsabilização das empresas envolvidas.

A Associação dos Familiares das Vítimas do Voo 2283 já ingressou com ações judiciais, representada pelo advogado Leonardo Amarante, conhecido por sua atuação em tragédias como o Voo TAM 402, Voo Gol 1907, Air France 447, dentre outros acidentes aéreos de menor repercussão.