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Analice Nicolau
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Grafites contra o silêncio: Artistas transformam Metrô de Brasília em alerta contra violência à mulher

Obras de Key Amorim e Ganjart buscam conscientizar sobre a naturalização da violência, destacando diversidade e impactando com mudanças visuais

Analice Nicolau

23/11/2023 9h00

Na última sexta-feira, Brasília testemunhou uma iniciativa artística impactante que visa conscientizar a sociedade sobre a alarmante naturalização da violência contra a mulher. Os murais de grafite, criados pelas renomadas artistas Key Amorim e Ganjart, tornaram-se o centro das atenções nas estações de Metrô Praça do Relógio e Águas Claras.

Iniciativa “Não deixe ela virar paisagem” revela obras de transformação e QR Code para conscientização em realidade aumentada

A proposta, inserida na campanha “Não deixe ela virar paisagem” do Instituto Gloria, busca romper com a indiferença social em relação à violência, destacando que esta não escolhe cor, etnia ou classe social. A singularidade das obras reside na representação de mulheres negras e brancas pelos respectivos artistas, simbolizando a diversidade afetada pelo ciclo de violência.

Grafites de Key Amorim e Ganjart sofrem transformações noturnas, simbolizando o silêncio muitas vezes presente nos casos de violência

Durante cinco dias, os transeuntes que observaram atentamente puderam testemunhar uma transformação visual noturna nas ilustrações, passando de representações confiantes para semblantes tristes, refletindo diferentes formas de violência. Mobiliários urbanos e projeções digitais ampliaram a exposição, replicando as obras e amplificando a mensagem.

A CEO do Instituto Gloria, Cristina Castro, destaca a importância de romper com a normalização cultural da violência contra a mulher, ressaltando que “tudo vira paisagem” quando não há uma conscientização efetiva. A mensagem final nos murais, acompanhada por um QR Code, direciona o público para uma experiência de realidade aumentada, mostrando a transformação completa das obras.

Essa ação ganha relevância em um contexto preocupante, onde as estatísticas do Anuário do Fórum Brasileiro da Segurança Pública 2023 revelam um aumento de 6,1% nos casos de violência à mulher em 2022. O feminicídio, especialmente dentro do ambiente doméstico, também registrou números alarmantes.

A iniciativa, realizada em parceria com o Metrô DF, recebe o apoio da Artplan e outras empresas e veículos de comunicação, reforçando a importância da sociedade e setor privado na luta contra a violência à mulher. A transformação urbana proposta pelos grafites destaca a necessidade urgente de denúncia e conscientização, pois, como ressalta Cristina Castro, “não deixe a violência contra a mulher virar paisagem. Denuncie. Ligue 180”.

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