O mercado brasileiro de imóveis de luxo tem algumas características peculiares. Ele independe do crescimento do país e, de tempos em tempos, apresenta forte expansão, mesmo se os indicadores econômicos estiverem no caminho oposto. É isso que se vê agora. Há alguns dias, Gisela Araújo, corretora experiente desse segmento, vendeu lote de 1860m² no condomínio Aldeia do Vale, em Goiânia, por R$1.100.000,00. Por mais que o valor seja assombroso para maioria dos brasileiros, negócios desse tipo não são exatamente uma raridade, mesmo em pandemia.

Há alguns dias, Gisela Araújo, corretora experiente desse segmento, vendeu lote de 1860m² no condomínio Aldeia do Vale, em Goiânia, por R$1.100.000,00
“A pandemia nos afetou de forma positiva. Durante esse período foi perceptível a redução das taxas de juros, onde foi registrado o valor mais baixo da história da taxa Selic, de apenas 2%. Sendo assim, possibilitou que o mercado tivesse uma movimentação maior para realizar negociações e financiamentos. O cliente de alto padrão viu toda essa situação como oportunidade para investimentos. Hoje estamos em um crescente, reflexo da pandemia”, destaca Gisela.
As fronteiras fechadas, que bloquearam viagens e dificultaram investimentos no exterior, também estimularam o segmento. Com a perspectiva de trabalhar em casa, profissionais bem-sucedidos resolveram investir em moradias.
“Imóvel é uma necessidade básica. Ao meu ver é como comprar um carro novo, tem pessoas que trocam de ano em ano, já outras de três em três anos. No mercado do alto padrão isso acontece com mais frequência, pois além de sentirem a necessidade de estar sempre renovando, tem aqueles que sempre gostam de investir, pois sabem que é um retorno certo. O que mudou nessa pandemia foi que, está mais em alta casas e imóveis mais distantes, pois, o executivo, ou empresário, que não parava em casa, hoje descobriu que pode curtir o espaço doméstico e ainda trabalhar ali”, afirma corretora.

“Imóvel é uma necessidade básica. Ao meu ver é como comprar um carro novo” afirma corretora
Mas nem sempre foi tudo fácil para Gisela. A corretora, e comunicadora, resolveu mudar de atação ainda na pandemia. “Eu trabalhava em uma revista local da cidade de Itumbiara-GO, e assim que se deu o início da pandemia não tinha para onde correr, acabamos cancelando a produção da mesma com receio de disseminação do vírus. E sempre achei o mercado imobiliário muito interessante, então aproveitei que tinha uma amiga na área, consultei algumas informações com ela e embarquei nessa aventura”, explicou a corretora de luxo.
Ela ainda contou que a comunicação é uma ferramenta poderosa nesse ramo. “Acredito que tenho uma grande comunicação, meu passo inicial sempre foi trabalhar a minha imagem, mas o networking conta muito, também fiz cursos na área para que pudesse trabalhar os meus pontos fracos na hora da venda e sempre busquei me relacionar observando o nicho dessas pessoas”, comentou.

Ela ainda contou que a comunicação é uma ferramenta poderosa nesse ramo
O mercado imobiliário brasileiro pode viver o melhor semestre do século 21. Segundo a última pesquisa da Datastore, empresa de pesquisas de mercado para o setor imobiliário, que entrevistou 1.647 pessoas entre 4 de junho a 2 de julho, o índice de intenção de compra nos segmentos popular, médio padrão e alto luxo em todo o País chega a 28,7%. Os números indicam que mais de 14,5 milhões de famílias teriam intenção de adquirir um imóvel nos próximos 24 meses.