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Analice Nicolau
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Ginecologista Ana Comin explica os riscos da gravidez após os 40, com base no caso de Sabrina Sato

Médica detalha os riscos elevados da gestação após os 40 anos e a importância de um acompanhamento especializado para minimizar complicações

Analice Nicolau

08/11/2024 12h00

Sabrina Sato, com 11 semanas de gestação, foi internada no Hospital Israelita Albert Einstein no dia 5 de novembro devido à falta de evolução na gravidez. Após passar por cuidados médicos, ela recebeu alta no dia 6. A ginecologista e obstetra Dra. Ana Comin, com mais de uma década de experiência, compartilha sua visão sobre os desafios e riscos da gestação após os 40 anos.

“A gravidez humana é, por natureza, um processo delicado. Cerca de 70% das concepções não se desenvolvem até o nascimento”, afirma a Dra. Comin. Ela explica que o risco de aborto é significativamente maior com o avanço da idade materna, sobretudo devido ao envelhecimento dos óvulos, que contribui para uma maior incidência de anomalias genéticas.

Conforme a ginecologista, mulheres acima dos 40 anos, apesar de saudáveis, enfrentam maiores probabilidades de desenvolver condições como hipertensão, diabetes e problemas na tireoide durante a gravidez. “A idade, por si só, é um fator de risco”, observa. E mesmo mulheres que levam uma vida saudável, como Sabrina Sato, são automaticamente classificadas como gestantes de alto risco por conta da idade.

Dra. Comin destaca que, após os 40, as chances de uma gravidez natural caem para menos de 50%, enquanto, aos 43, a probabilidade já é inferior a 1%. “Aos 45 anos, uma gravidez bem-sucedida é extremamente rara. Mesmo que ocorra, o risco de perda gestacional é muito elevado, especialmente devido à qualidade dos óvulos”, comenta. Além disso, a incidência de síndromes fetais, como a síndrome de Down, aumenta com a idade materna, sendo que 1 em cada 100 bebês nascidos de mulheres de 40 anos corre risco de nascer com essa condição.

Outras complicações, como descolamento coriônico e implantação baixa do embrião, também são comuns e podem estar associadas ao risco de aborto, especialmente no primeiro trimestre. “Quando há uma implantação baixa, o obstetra já alerta que a chance de continuidade da gestação é menor, acredito que esse não foi o caso de Sabrina Sato, já que a artista compartilhou a notícia da gravidez com a imprensa”, acrescenta a médica.

Nos casos de aborto, existe a possibilidade de realizar uma aspiração intrauterina para remover os restos embrionários. Caso a paciente queira tentar uma nova gravidez, Dra. Comin sugere o exame de cariótipo desses restos para identificar possíveis síndromes, o que pode ajudar na preparação para futuras tentativas.

Dra. Comin também salienta a importância de uma ferramenta que calcula o risco de síndromes fetais com base em fatores como a idade materna e o índice de líquido amniótico. Essa calculadora, embutida em muitos aparelhos de ultrassom, fornece uma avaliação do risco basal, risco inicial de uma gestante ter um feto com uma anomalia cromossômica, facilitando o acompanhamento de gestantes com maior probabilidade de complicações.

“Após os 40 anos, a gestação envolve muito risco. Tive essa experiência pessoal e recomendo que se preparem e estejam cientes dos desafios que podem enfrentar”, compartilha a médica. Para as mulheres que chegam à casa dos 40 com o desejo de serem mães, ela enfatiza a importância de cuidados intensivos e acompanhamento de especialistas em gestações de alto risco.

De acordo com protocolos médicos, fatores como histórico de aborto, duração das gestações anteriores e resultados de exames de gravidez também influenciam na classificação de risco. Em casos extremos, como mulheres com hipertensão, diabetes ou obesidade, a gravidez pode se tornar uma situação altamente arriscada sem o devido acompanhamento.

“Pacientes de alto risco requerem cuidados personalizados. Não é apenas um protocolo, mas uma abordagem individualizada, que deve ser feita com extrema atenção”, conclui a Dra. Ana Comin, destacando a importância de uma equipe médica preparada para acompanhar cada etapa dessa jornada delicada.

A experiência e a especialidade da Dra. Ana Comin em ginecologia e obstetrícia tornam suas orientações fundamentais para mulheres que consideram a maternidade após os 40, uma fase em que os desafios aumentam, mas com os cuidados certos, ainda pode ser uma jornada bem-sucedida e segura. Para Sabrina Sato e Nicolas Prattes, que enfrentam esse momento doloroso, o amor e a força do casal serão fundamentais para seguir em frente, com a certeza de que novos caminhos podem surgir.

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