Uma análise aprofundada dos dados do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel) revelou uma realidade preocupante: a obesidade masculina mais que dobrou entre os anos de 2003 e 2019, passando de 9,6% para 22,8%. Essa tendência ascendente não apenas reflete uma preocupação estética, mas também desencadeia sérios riscos à saúde.

O andrologista Dr. Bruno Bertoni Ferraz
De acordo com especialistas, os homens estão enfrentando não apenas o desafio da obesidade, mas também disparidades no consumo de frutas e verduras em comparação com as mulheres, com taxas de 18,4% e 27,2%, respectivamente, segundo o Vigitel 2019.
A relação entre obesidade e saúde sexual masculina é evidenciada pelos impactos na produção de testosterona. O andrologista Dr. Bruno Bertoni Ferraz explica que o desequilíbrio hormonal causado pela obesidade pode resultar em disfunções urológicas, infertilidade e até impotência.
O médico urologista Dr. Vinicius Bruce alerta para os efeitos além da esfera sexual, destacando problemas articulares, cardiovasculares e a possível relação com diversos tipos de câncer.
É fundamental compreender que tratar a impotência sexual requer abordar a causa subjacente, que, neste caso, é a obesidade. Os especialistas enfatizam a necessidade de tratamento hormonal, mudanças no estilo de vida, orientação nutricional e, em casos de distúrbios alimentares, a psicoterapia.
Apesar dos desafios, os especialistas recomendam uma abordagem integrada, visando não apenas a perda de peso, mas também a correção hormonal e a promoção de hábitos saudáveis. Caso a impotência persista mesmo após a perda de peso, a consulta a um médico urologista é crucial para uma avaliação mais aprofundada e orientação sobre o tratamento mais adequado.