O médico Ivan Togni (CRM-SP 181.274), pós-graduado em nutrologia e nutrologia esportiva, explica que acelerar o metabolismo significa aumentar o gasto energético do organismo, fazendo com que o corpo utilize mais calorias tanto em repouso quanto durante atividades cotidianas. “Com um metabolismo mais ativo, a queima de energia ocorre mesmo quando o corpo está em descanso”, pontua.
Diversas estratégias podem ser adotadas para estimular o metabolismo, como o aumento da massa muscular — quanto maior a quantidade de músculo, maior o gasto calórico; prática regular de exercícios físicos, especialmente musculação e treinos de alta intensidade (HIIT); sono de qualidade; hidratação adequada; alimentação balanceada e intervenções médicas, como o uso de termogênicos, suplementos e, em casos específicos, hormônios. Segundo o especialista, o impacto direto acontece porque com um metabolismo mais acelerado, o corpo entra mais facilmente em déficit calórico, facilitando o processo de emagrecimento saudável e a menor perda de massa magra.

Diferença entre metabolismo basal e total
Togni aponta que o metabolismo basal (MB) representa o gasto energético necessário para manter as funções vitais do corpo em repouso absoluto, como respiração, circulação e regulação da temperatura. Esse consumo corresponde entre 60% a 70% do total de calorias diárias. Já o metabolismo total (Gasto Energético Total – GET) é a soma do metabolismo basal com o gasto das atividades físicas e o efeito térmico dos alimentos (digestão). O valor é usado para planejar dietas e estratégias de emagrecimento ou ganho de massa.
Termogênicos: aliados com cautela
De acordo com o médico, os termogênicos podem contribuir para o emagrecimento ao elevar discretamente a temperatura corporal e acelerar o metabolismo, aumentando o gasto calórico. No entanto, o uso deve ser criterioso e supervisionado, pois isoladamente não garantem resultados significativos. A eficácia é potencializada quando combinados a uma dieta equilibrada, prática regular de exercícios e manutenção de hábitos saudáveis. “A resposta aos termogênicos é individual. Em algumas pessoas podem provocar efeitos colaterais como insônia, taquicardia e irritabilidade”, ressalta.
Metabolismo ao longo da vida
Togni lembra que o metabolismo sofre alterações naturais com o passar dos anos. Durante a infância, adolescência e início da vida adulta, a atividade metabólica costuma ser mais elevada. A partir dos 30 anos, observa-se uma tendência de desaceleração, especialmente em função da perda gradual de massa muscular. Esse declínio torna-se mais acentuado entre os 50 e 60 anos. “Por essa razão, manter a prática de atividades físicas e uma alimentação adequada ao longo da vida é primordial para preservar um metabolismo ativo”, afirma.
Suplementos que prometem acelerar o metabolismo exigem acompanhamento A suplementação com substâncias que prometem acelerar o metabolismo deve sempre ser avaliada por um profissional de saúde. Entre os compostos frequentemente utilizados estão a cafeína, chá verde, sinefrina, capsaicina, L-carnitina, tirosina, HMB, picolinato de cromo.
Conforme o especialista, esses suplementos podem auxiliar no aumento do gasto energético, na melhora do foco e da disposição e no controle do apetite. Entretanto, o uso indiscriminado pode acarretar riscos à saúde, sendo imprescindível realizar exames, ajustar doses e inseri-los dentro de um protocolo personalizado, que considere também treinamento físico, sono adequado, alimentação balanceada e acompanhamento médico.