Empresas brasileiras registram avanços na inclusão racial, conforme dados do Índice de Equidade Racial nas Empresas (IERE). A quinta edição do estudo, apresentada no Fórum Internacional de Equidade Racial Empresarial nesta terça-feira (19), mostrou aumento da representatividade negra em cargos estratégicos. Entre os seis pilares avaliados, cinco apresentaram melhora significativa. O evento ocorreu na sede da Fiesp, em São Paulo.
De acordo com o levantamento, a presença de homens negros no mercado subiu de 15% para 19%, enquanto a de mulheres negras passou de 12% para 13%. No alto escalão, os percentuais também cresceram: entre diretores e superintendentes, a participação masculina foi de 7% para 8%, enquanto a feminina subiu de 3% para 4%. Apesar de modestos, os números marcam um progresso em relação às edições anteriores do índice, que não mostravam avanços consistentes.
Raphael Vicente, diretor-geral da Iniciativa Empresarial pela Igualdade Racial, celebra os resultados, mas alerta para o longo caminho ainda a ser percorrido. “Desde 2020, observamos que a representatividade diminui conforme o nível hierárquico aumenta. Este ano, pela primeira vez, vemos uma melhora robusta em quase todos os pilares avaliados”, destaca Vicente.
O IERE utiliza metodologia que incentiva a competitividade positiva entre as empresas, oferecendo relatórios personalizados que comparam desempenhos setoriais. Nesta edição, 45 organizações participaram, representando juntas um faturamento superior a R$ 1 trilhão. A maioria dessas empresas já possui diagnósticos consolidados, o que lhes permite implementar políticas mais efetivas para combater o racismo estrutural no mercado de trabalho.
O Fórum Internacional contou com o apoio de gigantes como Carrefour, Bradesco, Coca-Cola, e outros patrocinadores e entidades de peso, que reforçam a importância da pauta. Para 2025, a Iniciativa planeja abrir o índice para empresas não signatárias, ampliando o impacto do IERE no fortalecimento da diversidade racial.
Embora as melhorias sejam comemoradas, o índice continua apontando a sub-representação de negros em conselhos administrativos e cargos executivos. Com a nova estratégia de engajamento, espera-se um crescimento ainda maior nos próximos anos, consolidando o IERE como referência no enfrentamento ao racismo no ambiente corporativo brasileiro.
