O Brasil está prestes a entrar em uma nova era de digitalização financeira com a chegada do Drex, a moeda digital do Real desenvolvida pelo Banco Central. O Drex tem como objetivo complementar o Pix, que se tornou o principal meio de pagamento do país desde seu lançamento, em novembro de 2020. Com mais de 42 bilhões de transações realizadas em 2023, o Pix transformou o cotidiano dos brasileiros, mas o Drex mira um público diferente: aqueles que realizam transações de grande porte, como compra de imóveis e veículos. Uma pesquisa da Mastercard revela que 89% dos brasileiros estão dispostos a testar novos métodos de pagamento nos próximos anos.

Segundo Yvon Gaillard, economista e CEO da Dootax, o Drex traz uma camada de segurança necessária para essas operações. “Esse tipo de compra, por envolver valores substanciais, requer segurança adicional, e o Drex se compromete a oferecer essa camada extra de proteção”, afirma Yvon.
O Drex será equivalente ao Real físico, com a mesma proporção de valor (1:1). Diferente do Pix, ele utiliza uma tecnologia avançada chamada Distributed Ledger Technology (DLT), que possibilita operações mais seguras por meio de contratos inteligentes. Essas transações, no entanto, só poderão ser feitas através de instituições financeiras autorizadas pelo Banco Central, garantindo ainda mais segurança e integridade no processo.

O nome, como explica Yvon, segue a mesma lógica do Pix: “A combinação de letras reforça a ideia de modernidade e conexão. O ‘D’ é de digital, o ‘R’ remete ao Real, o ‘E’ é de eletrônico, e o ‘X’ simboliza a conexão entre as partes envolvidas”.
Além de facilitar transações de grande porte, outro aspecto importante do Drex será a arrecadação tributária automatizada. Com a reforma tributária e o uso do split payment, o Drex permitirá o recolhimento automático do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) durante as transações.
Esse sistema representa um avanço significativo na arrecadação fiscal, tornando o processo mais simples e eficiente. Segundo Daniel Loria, diretor da Secretaria da Reforma Tributária, o split payment será obrigatório em todas as transações eletrônicas, e tanto o Pix quanto o Drex já foram projetados com essa funcionalidade.
O Drex chega para aprimorar o sistema financeiro do Brasil, complementando o Pix e fortalecendo o ecossistema digital. Além de simplificar o processo tributário, ele cria uma relação mais eficiente entre consumidores, empresas e o governo.
Na visão de Gaillard, esse movimento faz parte de uma transformação econômica, que une tecnologia, segurança e inovação. Para ele, o lançamento do Drex não é apenas uma evolução no setor financeiro, mas também uma mudança cultural no Brasil, marcando um novo capítulo na digitalização do país e oferecendo mais praticidade e eficiência para a população.