O mercado de emagrecimento tem experimentado uma verdadeira revolução com a chegada do balão deglutível – também chamado de balão gástrico em cápsula -, uma técnica inovadora que oferece resultados muito expressivos sem a necessidade de cirurgias invasivas. Essa alternativa, ideal para quem busca perder peso sem precisar de cirurgia bariátrica, ganhou espaço pelo seu método simples, eficaz e seguro. Segundo o Dr. Túlio Medeiros, médico endoscopista bariátrico e referência em tratamentos de emagrecimento por endoscopia, o balão deglutível é uma solução moderna e prática para quem deseja uma perda de peso saudável e consistente.
De acordo com o Dr. Túlio, o balão deglutível é um procedimento simples e rápido que não exige cirurgia ou anestesia, nem mesmo uma endoscopia. “O paciente ingere uma cápsula que contém o balão. Essa cápsula está conectada a um tubo fino, pelo qual o balão será preenchido com uma solução líquida após chegar ao estômago. Quando estiver completamente inflado, o balão passa a ocupar parte do estômago, promovendo uma sensação de saciedade precoce”, explica o médico.
Essa abordagem não cirúrgica se destaca por sua praticidade e segurança. “Depois de quatro meses, o balão se abre de forma espontânea, o líquido é absorvido pelo organismo e o balão é eliminado naturalmente pelas vias intestinais, sem necessidade de intervenção médica para remoção”, afirma o Dr. Esse é um dos maiores diferenciais do balão deglutível em relação a outros métodos.
A indicação para o uso do balão deglutível está relacionada principalmente ao Índice de Massa Corporal (IMC) do paciente. “Recomendamos o balão para pessoas com IMC acima de 27, ou seja, aqueles que estão em sobrepeso ou com obesidade. É uma ótima alternativa para quem não quer ou não pode se submeter a uma cirurgia bariátrica”, esclarece o médico.
Contudo, Dr. Túlio alerta que existem algumas contraindicações. “Pacientes que passaram por cirurgias no estômago, têm úlceras gástricas, hérnias de hiato maiores que cinco centímetros, estão grávidas, possuem varizes esofágicas, tumores ou processos inflamatórios no estômago, não podem usar o balão. Além disso, condições cardiorrespiratórias graves ou o uso de anticoagulantes também podem impedir o procedimento, nesses casos, uma avaliação médica mais criteriosa é necessária”, destaca.
Embora o procedimento seja considerado seguro, as complicações podem ocorrer, ainda que sejam raras. “Os principais riscos incluem a obstrução intestinal causada pelo deslocamento do balão rompido, além da possibilidade de úlceras, pancreatite de contato, especialmente se o paciente não seguir as orientações alimentares e, em casos extremos, complicações mais graves”, relata o médico. Ele também explica que, em situações em que o balão é “empurrado” para a região de transição entre o estômago e o intestino (antro), pode ocorrer uma dificuldade maior na passagem dos alimentos.
Os resultados com o balão deglutível são promissores. “A perda de peso estimada com esse procedimento varia entre 10% e 15% do peso corporal total inicial, dependendo do comprometimento do paciente com as orientações de equipe multidisciplinar e mudanças de estilo de vida”, afirma o Dr. Túlio.
O médico reforça a importância do acompanhamento multiprofissional para o sucesso do tratamento. “O balão é um impulsionador, um ‘gatilho’ para a perda de peso, mas o resultado eficaz depende da mudança de hábitos. Uma equipe multidisciplinar é fundamental nesse processo. Um nutricionista monta um plano alimentar específico, o preparador físico os exercícios e o psicólogo ajudam no controle emocional, especialmente no relacionamento com a comida”, explica.
Durante os quatro meses em que o balão permanece no organismo, é essencial que o paciente siga rigorosamente as orientações. “Alguns alimentos são proibidos, como bebidas gaseificadas, alimentos crus (como sushi) e bebidas alcoólicas. Alimentos de digestão difícil, como carnes e folhas verdes, devem ser consumidos com moderação, e o paciente precisa reaprender a comer devagar e a mastigar bem os alimentos. Esses hábitos são fundamentais para o sucesso do tratamento”, alerta o Dr. Túlio.
Outras opções de balões gástricos
Além do balão deglutível, existem outros tipos de balões gástricos disponíveis no mercado. “Temos os balões de volume fixo, que podem permanecer no estômago por seis ou doze meses, e o balão ajustável, que também tem duração de até doze meses. A grande diferença é que, nos balões de maior duração, o paciente tem mais tempo para mudar seus hábitos e alcançar uma perda de peso mais significativa. No caso do balão ajustável, é possível aumentar ou diminuir o seu volume interno ao longo do tratamento, dependendo da tolerância e necessidade do paciente”, explica o especialista.
Os balões realizados por endoscopia permitem um preenchimento com volumes entre 500 e 700 ml, enquanto o balão deglutível tem um volume fixo de 550 ml. “Quanto maior o volume, mais saciedade precoce o paciente sente, o que pode aumentar a eficácia do tratamento”, acrescenta o Dr.
A escolha do tipo de balão mais adequado depende do perfil de cada paciente. “Recomendo o balão deglutível para pacientes com IMCs mais baixos (sobrepeso), como aqueles com IMCs entre 27 e 29. Para pacientes com IMCs mais altos, especialmente aqueles com obesidade grau II ou III, indicamos os balões de maior duração, como o ajustável de 12 meses, que oferece mais tempo para a perda de peso e para a adaptação a um novo estilo de vida”, orienta o especialista.
“O balão deglutível é destacado por ser uma técnica minimamente invasiva, segura e eficaz, que oferece resultados rápidos e ajuda os pacientes a desenvolverem hábitos alimentares saudáveis. Para aqueles que não desejam ou não podem realizar uma cirurgia bariátrica, essa alternativa deve ser analisada como uma solução revolucionária no campo do emagrecimento. Com o suporte adequado de uma equipe multiprofissional e o compromisso do paciente com mudanças de estilo de vida, o balão deglutível pode ser o ponto de partida para uma transformação significativa na saúde e na qualidade de vida”, finaliza o médico.
