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Analice Nicolau
Analice Nicolau

Desvendando mistérios: a distinção entre endometriose e câncer do endométrio

Ginecologista esclarece as diferenças cruciais e ressalta a urgência do diagnóstico precoce

Analice Nicolau

24/11/2023 17h00

Em um esforço para esclarecer dúvidas frequentes sobre as condições que afetam o aparelho reprodutor feminino, o Dia Nacional do Combate ao Câncer coloca em destaque a distinção crucial entre endometriose e câncer do endométrio. Contrariando equívocos comuns, a endometriose, apesar de impactar a qualidade de vida, não está diretamente ligada ao câncer.

O ginecologista Patrick Bellelis

De acordo com o Ministério da Saúde, uma em cada dez mulheres no Brasil sofre de endometriose, uma condição caracterizada por cólicas intensas, dores durante a relação sexual e, em casos graves, a endometriose profunda. Contudo, a falta de informação muitas vezes leva as mulheres a normalizarem sintomas que deveriam ser abordados com urgência.

O câncer do endométrio, por sua vez, é uma ameaça mais severa, sendo o terceiro tumor ginecológico mais comum no país. O Instituto Nacional de Câncer estima que mais de seis mil brasileiras podem ser diagnosticadas com a doença este ano. No entanto, a confusão entre os sintomas é comum, alerta o ginecologista Patrick Bellelis, colaborador do setor de endometriose do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo.

“Apesar de sintomas semelhantes, a endometriose e o câncer do endométrio são patologias distintas. O diagnóstico precoce é fundamental, pois, enquanto a endometriose pode afetar a fertilidade, o câncer do endométrio pode ter consequências mais graves, como perda de peso e a presença de uma massa no abdômen”, esclarece Bellelis.

O obstáculo comum em ambos os casos é o diagnóstico tardio. Mulheres levam, em média, cerca de dez anos para serem diagnosticadas com endometriose, aumentando a necessidade de cirurgias e complicando o tratamento. No caso do câncer do endométrio, o impacto pode ser ainda mais dramático, sublinhando a urgência de uma vigilância periódica da saúde feminina.

Bellelis reforça: “O diagnóstico precoce pode salvar vidas. Apenas exames específicos, como ultrassom ou ressonância magnética, podem detectar ambas as doenças. A conscientização e a busca por ajuda médica atempada são cruciais para enfrentar esses desafios de frente e garantir um tratamento eficaz.”

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