No dia 13 de setembro, o Hospital Odair Pacheco, localizado na Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo (FSP-USP), foi palco de um encontro inspirador. A ex-modelo e agora médica Ana Cláudia Michels e o médico geriatra Milton Crenitte receberam a influenciadora Maya Massafera para uma roda de conversa no Ambulatório Trans 40+, dirigido por Crenitte. O espaço oferece atendimento a homens e mulheres trans, focando especialmente em questões relacionadas ao envelhecimento.

A presença de Maya Massafera no evento veio por meio de um convite feito por sua amiga, Ana Cláudia Michels. Segundo a influenciadora, a amiga relatou que muitas mulheres trans atendidas no hospital demonstravam grande admiração por sua trajetória e pela representatividade que ela exerce.

Durante a roda de conversa, Massafera destacou a importância de criar espaços onde as pessoas possam ser ouvidas e compreendidas. O encontro abordou temas profundos, como a transição não só de identidade, mas entre as fases da vida, dignidade e o envelhecimento dentro da comunidade trans. “Cada um tem a sua vivência e suas dores. Em questão de transição, conseguimos nos entender muito uns com os outros. Temos sentimentos e medos muito parecidos, independente de sermos brancos, japoneses, ricos ou pobres”, comentou a influenciadora, refletindo sobre as similaridades nas experiências de vida das pessoas trans.
Dias depois, o público do canal de Maya Massafera no YouTube foi surpreendido com um vídeo que mostrava partes dessa roda de conversa. O conteúdo trouxe um olhar íntimo e emocionante sobre o encontro, oferecendo aos espectadores uma amostra das trocas genuínas que aconteceram naquele dia.
A roda de conversa contou com a presença de várias pessoas, incluindo a ativista política Neon Cunha, trabalhadores da área da saúde e participantes de diversas idades e histórias. Em um dos momentos mais marcantes, uma das mulheres presentes afirmou: “Quando a gente se entende, sabe quem somos. Quando temos coragem de nos soltar, ganhamos o direito de viver todas as fases da vida.”
O evento foi repleto de momentos de emoção, onde histórias de dor, superação e resiliência foram compartilhadas. Os participantes relembraram os desafios de ser trans durante a ditadura, o impacto do bullying e a ausência de políticas públicas. Houve troca de experiências e relatos sobre como esses temas moldaram a vivência das pessoas trans ao longo das décadas.
“Um encontro que nos lembrou da força das nossas existências e da importância de continuar lutando por respeito e igualdade”, destacou o Médico Milton Crenitte, em seu Instagram.