Nas últimas semanas, o nome do ex-secretário de Turismo, da cidade do Rio de Janeiro, Cristiano Beraldo, tem ganhado manchete de diversos jornais. Isso porque, pouco mais de seis meses de mandado, o secretario pediu demissão do cargo, do governo de Eduardo Paes (PSD). Em uma entrevista exclusiva, Beraldo contou detalhes da saída e dos novos projetos em São Paulo, ao lado de Arthur do Val (Patriota-SP).
Porque saiu da Secretaria de Turismo do Rio de Janeiro?
“O Turismo é, a meu ver, o instrumento mais importante para o Rio de Janeiro se recuperar da lamentável situação em que se encontra. Mas, para isso, precisa ser visto com a importância que tem e receber os devidos investimentos e atenção do poder público. Como a situação atual do município é extremamente desafiadora o Prefeito não pode dar à pasta a estrutura e o orçamento necessários para fazermos a transformação que gostaríamos”.
“Somado a isso, houve também a circunstância política. Ao se filiar ao PSD o Prefeito Eduardo Paes deixou claro que sente-se mais alinhando à esquerda, tendo simpatia pela candidatura do ex-presidente Lula. Como em 2006 eu deixei o Brasil justamente porque o então Presidente Lula se reelegeu, não vi sentido em continuar fazendo parte de um grupo com ideologia tão diferente da minha”.
Você teve alguma desavença com o Paes ou com a visão política dele?
“Tenho pelo Prefeito Eduardo Paes respeito e gratidão. Ele sempre me tratou de forma cordial e respeitosa. Não houve qualquer desavença pessoal com ele, mas de fato temos visões políticas diferentes. Isso faz parte do jogo e apesar disso sempre nos tratamos de forma civilizada”.
Como é esse novo projeto que vai ser desenvolvido em São Paulo com o Arthur do Val (Patriota)?
“Eu morava em São Paulo antes de me mudar para os Estados Unidos e voltei a morar em São Paulo quando retornei de lá em 2014. Por isso sempre acompanhei a vida econômica e política do Estado. Vejo claramente que São Paulo precisa seguir com um posicionamento moderno de administração pública, com uma gestão que rompa com hábitos e tradições políticas que não estão alinhados com os anseios da população e às necessidades do Estado para o futuro. Nesse aspecto tenho convicção de que o Arthur do Val será o grande nome das eleições estaduais no ano que vem. Ele já mostrou sua dimensão política nas eleições do ano passado tendo obtido quase 10% dos votos para Prefeito da capital, mesmo sem tempo de TV e sem uso do fundo eleitoral. Meu papel agora é ajudá-lo a fazer o mapeamento dos desafios de cada microrregião de São Paulo e identificar soluções eficientes para fortalecer o estado, apoiar os municípios e valorizar seus habitantes. Tudo isso com austeridade, transparência e muito trabalho”.
Você pensa em se candidatar para concorrer a algum cargo político futuramente?
“Minha família tem uma longa tradição de participação na vida pública do país. Desde Delfim Moreira, irmão de meu bisavô que foi Presidente da República, até meu saudoso avô Bilac Pinto, que foi deputado federal, Presidente da Câmara dos Deputados e Ministro do Supremo Tribunal Federal. Apesar do meu gosto pela política ter se manifestado desde cedo, aprendi com meu avô que o bom político não pode depender da política para viver. Assim fui à luta na iniciativa privada e ao longo de 20 anos consegui conquistar uma certa estabilidade financeira que hoje me permite dedicar aos projetos que me motivem e apaixonem. Meu objetivo agora é contribuir com um projeto transformador para São Paulo com o Arthur do Val, não necessariamente sendo candidato a algum cargo”.
Pode nos contar um pouco do seu novo trabalho?
“O primeiro passo é rodar todas as cidades de São Paulo e conversar com as lideranças locais. Precisamos conhecer in loco a realidade e os desafios da população. Concomitantemente vamos discutir as soluções com especialistas do Brasil e do mundo para construir um plano de governo inspirado no que existe de mais moderno e eficiente. São Paulo é a locomotiva do Brasil e precisa se inspirar no que existe de melhor no mundo ao mesmo tempo que serve de inspiração para os demais Estados do Brasil”.
