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Analice Nicolau
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Criança autista de 6 anos é agredida por professora em Pouso Alegre, no Sul de Minas

Analice Nicolau

13/09/2024 11h21

Uma criança autista de 6 anos foi agredida por uma professora em uma escola particular na cidade de Pouso Alegre, no Sul de Minas. A família do aluno vai acionar a instituição de ensino na Justiça. Já a direção da escola diz que as apurações foram iniciadas imediatamente.


Conforme registrado em Boletim de Ocorrência pela Polícia Militar, no último dia 05 de setembro a criança que é autista grau 3 não verbal, teria se dirigido à sala de aula e, ao tentar entrar, a professora o teria impedido. O aluno, então a teria agarrado pelos cabelos e a professora também o teria agarrado pelos cabelos e puxado até o chão para a soltasse. Uma monitora se aproximou e repreendeu a professora pela atitude. Ainda conforme o registro policial, a professora teria contado o fato a outra docente e dito que puxou os cabelos da criança até que soltasse e que agora ele não faria isso novamente.


Segundo o advogado da família da Criança, Dr. Marcus Vinícius Mendes, a família vinha desconfiando há algum tempo que a criança estaria sendo agredida. “Eles vinham notando que o menor estava aparecendo com roxos pelo corpo e agora ficou claro pra eles que as agressões estavam ocorrendo na escola”, disse.
O advogado destaca ainda que a agressão foi gravada por uma câmera de segurança e que os familiares acionarão a justiça. “Nós estamos agora elaborando uma representação robusta com vários elementos de prova para que o Ministério Público possa atuar na defesa da criança agredida. O Ministério Público deve buscar a responsabilização criminal da professora, da coordenadora, do diretor, daqueles que estão na cadeia de direção e cuidado para com o menor agredido”, relatou Dr. Marcus Vinícius.


Ainda conforme o advogado, os familiares da vítima também vão buscar a responsabilização civil dos envolvidos. “Nós vamos buscar o ressarcimento do dano causado, a indenização, a recomposição e tudo aquilo que vai ser necessário para que isso aconteça. Uma indenização moral aos pais, à própria criança, o custeio de eventuais tratamentos que se façam necessários”, pontua.


O advogado destaca ainda que a escola mandou através do WhatsApp a transferência do menor sem que essa tenha sido solicitada pelos familiares. “Ou seja, o menor foi expulso de lá. Ele foi agredido e expulso”, explica, destacando que após o ocorrido a família vai buscar uma nova escola que tenha profissionais capacitados a atenderem crianças com espectro autista.


O Colégio Anglo confirmou o ocorrido e que afirmou que tem compromisso com a política de inclusão. Além disso, afirmou que a professora mencionada não é responsável direta pelo aluno e negou que tenha emitido a transferência do estudante sem pedido da família.


Confira a nota emitida pela instituição de ensino:
“Nota à Imprensa
O Colégio Anglo reafirma o compromisso com uma política de inclusão efetiva. O Colégio é a escola particular com o maior número de alunos atípicos na região, contando com profissionais especializados e salas de recursos sensoriais, disponíveis em tempo integral e reconhecidos pela excelência no atendimento a alunos com necessidades especiais.
Em relação ao incidente recente envolvendo um de nossos alunos especiais, apresentamos os fatos e medidas tomadas até o momento:

  1. Ação Imediata e Transparência:
    Assim que fomos informados do ocorrido, as apurações foram iniciadas imediatamente. As imagens das câmeras de segurança foram mostradas à família do aluno e se encontram à disposição da justiça, demonstrando nossa total transparência e colaboração com eventuais investigações. Porém, as imagens por si só não elucidam todos os detalhes do incidente. Por essa razão, uma sindicância interna foi instaurada, a fim de apurar os fatos.
  2. Esclarecimento sobre a Situação:
    A professora mencionada não é responsável direta pelo aluno. O incidente ocorreu quando o aluno tentou adentrar a sala de aula dela e se agarrou aos cabelos da professora. A forma como a professora e a inspetora reagiram para se desvencilhar da situação está sendo cuidadosamente analisada pela sindicância interna.
  3. Esclarecimento sobre a Transferência do Aluno:
    O Colégio não emitiu a transferência para o aluno sem solicitação. Apenas os responsáveis legais podem requerer formalmente a transferência de um estudante. No caso específico, a família solicitou o formulário de transferência, mas até o momento não o consolidou formalmente, de modo que o aluno continua matriculado na escola.
    Reiteramos que a segurança e o bem-estar dos nossos alunos são nossa prioridade máxima. Continuaremos a agir com total transparência e responsabilidade, assegurando que todos os procedimentos sejam conduzidos de forma justa e correta.
    Atenciosamente,
    Direção do Colégio Anglo”

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