Dr. Bruno é um dos advogados mais influentes do Brasil na área penal-empresarial, com uma carreira marcada por sua atuação em casos de grande repercussão, como a Operação Lava Jato, o Mensalão e a Operação Satiagraha

Bruno Salles Ribeiro, um dos advogados mais admirados do país na área criminal, percorreu uma trajetória marcada por desafios e grandes conquistas. Formado em direito pela prestigiada Universidade de São Paulo (USP) em 2008, Bruno não provém de uma família tradicionalmente ligada ao direito. Também não tinha, nos primeiros anos, clareza sobre o rumo que sua carreira tomaria. “Desde a escola eu já batia muita boca com professores e com a diretora do colégio. Situações que eu julgava injustas sempre me deixaram extremamente incomodado”, diz o advogado.


Antes de ingressar no direito, Bruno teve uma experiência fora do universo jurídico, fundamental para o futuro de sua carreira: prestou concurso e atuou como bancário no Banco do Brasil, chegando até a posição de gerente. Foi nessa época, enquanto ainda era estudante, que seu interesse pelo setor empresarial começou a despontar. Contudo, ao estagiar em um escritório de direito societário, teve a primeira certeza: percebeu que essa não seria sua área de atuação, embora tenha adquirido importante experiência que lhe ajudaria em toda sua trajetória.





O momento decisivo de sua carreira viria pouco tempo depois, quando uma amiga o convidou para um estágio na área criminal no escritório do Dr. José Carlos Dias, ex-ministro da justiça e um ícone da advocacia criminal brasileira. Inicialmente, o contrato seria de apenas três meses, mas a afinidade de Bruno com o direito penal fez com que ele estendesse sua permanência. “Escrevi em um poema, tempos atrás, que o destino consagra o que o acaso inventa. E ali foi exatamente isso que aconteceu”, pontuou o advogado.
No escritório, absorveu muito do legado de Dias, especialmente sobre a importância da atuação no Tribunal do Júri e o papel da defesa dos direitos fundamentais, algo que moldaria sua futura carreira. “Acho que foi ali onde despertei para a importância dos direitos humanos e da defesa das garantias fundamentais. Levo as lições que aprendi ali até hoje”, afirma.

Ao se formar, Bruno passou a atuar pelo escritório Moraes Pitombo Advogados, onde começou a trilhar seu caminho no direito penal empresarial, defendendo empresas e atuando em casos de grande relevância nacional. Um de seus primeiros grandes desafios foi participar da operação Satiagraha – um marco nas investigações corporativas no Brasil. Na mesma época, teve a oportunidade de atuar em um caso relacionado ao chamado Mensalão, um dos eventos políticos mais marcantes do país. Sua primeira audiência solo ocorreu justamente em um desses processos. “Era uma audiência pequena, de pouca importância. Me lembro de dirigir 4 horas para ir e mais 4 horas para voltar. Mas chegando à cidade conheci o cliente e fiz a audiência e sai muito feliz. E acho que até hoje, quando uma audiência sai do jeito que planejamos, sinto aquela mesma alegria”, compartilha.
Com poucos anos de formado, Bruno foi convidado a abrir a área de direito criminal no escritório Cascione, Pulino, Boulos e Santos Advogados, tornando-se o head da área penal-empresarial dentro do escritório. Durante os cinco anos em que liderou a equipe, Bruno aprendeu a importância de estruturar sua prática de maneira eficaz, captar clientes e fechar negócios. Sua habilidade em combinar a expertise penal com a visão empresarial o diferenciou no mercado.


Em 2015, abraçou um novo desafio e tornou-se sócio do escritório Paula Sion e Salles Ribeiro Advogados que, em 2018, se tornaria o Cavalcanti, Sion e Salles Advogados. Ali atuou ao lado de suas colegas, Paula Sion e Dora Cavalcanti, ambas importantes advogadas na área penal. “Paula e Dora além de terem sido minhas sócias são queridas amigas e estão, certamente, entre as melhores advogadas do Brasil”, relembra. No escritório, Bruno intensificou sua atuação em casos de alto perfil, como a Operação Lava Jato e uma das maiores CPIs ambientais de São Paulo, envolvendo uma das maiores empresas de siderurgia do país. Seu trabalho técnico e meticuloso, aliado a uma compreensão profunda das regulações empresariais e ambientais, consolidou sua reputação como um dos principais advogados do país.
Em 2021, Bruno decidiu dar mais um passo em sua carreira, fundando o próprio escritório: Salles Ribeiro Advogados. O escritório, que atua como uma boutique especializada em direito penal e empresarial, é o reflexo de toda a experiência acumulada por Bruno ao longo dos anos. Com uma equipe enxuta e altamente especializada, ele se dedica a oferecer uma advocacia personalizada e focada em casos do dia a dia das empresas, atuando nas áreas de antifraude, direito penal ambiental, direito penal tributário e financeiro, entre outras áreas especializadas.

Entre seus clientes de destaque está ex-Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, a quem Bruno defende em processos de grande repercussão nacional. Um dos princípios que norteiam sua atuação é o entendimento profundo da realidade dos clientes, o que o leva a, por exemplo, trabalhar diretamente nas operações ou ‘chão de fábrica’, como é conhecido, para compreender em profundidade as atividades das empresas clientes e compreender as suas nuances e particularidades. “Fico muito feliz de ver que hoje nosso escritório atende às maiores instituições financeiras do Brasil. No ramo da siderurgia e da mineração, atendemos ao menos 4 das maiores companhias brasileiras em diversas frentes. Não acho que isso seja algo à toa. É fruto de um trabalho de muitos anos”.
Além de advogado, Bruno pode ser considerado um intelectual do Direito, ainda que rejeite o rótulo. “Eu concluí meu mestrado na Universidade de São Paulo há mais de 10 anos e nunca voltei para o doutorado, embora ainda tenha essa vontade. Não sou um acadêmico, mas um prático com alguma curiosidade científica”. Periodicamente contribui com publicações em jornais e revistas especializadas, além de ser autor de livros como “Análise Crítica do Direito Penal Secundário” e organizador de “Lei Anticorrupção: Uma Análise Interdisciplinar”. Recentemente, alguns de seus artigos foram citados em julgamentos do STF e do STJ. “É muito bacana ver nossas pesquisas e reflexões servindo de base para a criação de precedentes jurisprudenciais. Acho que a contribuição que mais me orgulho foram as citações de um artigo que escrevi sobre a suspeição do ex-juiz Sérgio Moro”.


Seu compromisso com o avanço do Direito Penal no Brasil também se manifesta em sua atuação no Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM), onde atuou por mais de uma década como coordenador de publicações, do Laboratório de Ciências Criminais, como curador da Biblioteca e como membro da diretoria onde exerceu o cargo de 1º Secretário, entre os anos de 2021 e 2022. Também tem um histórico de atuação no Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD), onde coordenou o projeto Educação e Cidadania no Cárcere e por onde atuou em dezenas de casos do Tribunal do Júri. “Eu cresci dentro dessas duas instituições e sou muito grato por elas. Eu nunca tive padrinhos na advocacia e desde cedo tive que me virar. Tanto o IBCCRIM, como o IDDD, são casas essenciais para quem acredita na melhora do sistema de justiça e para quem quer se aperfeiçoar”.
Nos últimos anos, Bruno também se dedicou à atuação no Grupo Prerrogativas, um destacado coletivo de advogados e juristas com papel determinante para a defesa da democracia nacional. Hoje atua como um dos coordenadores do grupo, onde exerce importante interlocução com Ministros das Cortes Superiores e com atores dos Poderes Executivo e Legislativo.
Por sua destacada atuação, Bruno Salles Ribeiro já foi reconhecido diversas vezes como um dos advogados mais admirados do país no âmbito criminal, sendo condecorado pelo IDDD com o prêmio Márcio Thomaz Bastos, uma homenagem à sua atuação em prol do direito de defesa e da cidadania. Recentemente, foi homenageado pela Câmara Municipal de São Paulo com o Prêmio “Excelência em Advocacia Popular: Reconhecimento e Justiça Social”, na categoria “advocacia em Defesa da Democracia”.
Em 2020, Bruno foi convidado pela recém-inaugurada CNN Brasil para participar do programa “O Grande Debate”, atividade que exerceu até o ano de 2021 diariamente, debatendo temas jurídicos, políticos e econômicos. Com a suspensão do programa naquele ano, continuou fazendo participações no quadro Liberdade de Opinião e no CNN Arena. “Essa foi uma das experiências mais instigantes da minha carreira. Estreei ao vivo em um programa sem nunca ter pisado em um estúdio. E embora estivesse acostumado a falar em Tribunais e Plenários, falar para as câmeras e para o país todo, na verdade, era um grande desafio. Mas eu acho que essa experiência, embora muito difícil no começo, também me trouxe um crescimento extraordinário”, revela.
Bruno, contudo, vê com preocupação o futuro da advocacia. “Por um lado, vemos uma sociedade que não entende mais o Poder Judiciário e o ataca. Por outro lado, vemos um Poder Judiciário que se defende, mas que nesse processo acaba cometendo abusos que são sentidos, primariamente, na própria advocacia”. Na sua opinião, a chave está na habilidade de comunicação dos atores, que devem ser capazes de se fazer compreender. “Não adianta a gente produzir milhares de teses profundas se não tivermos um consenso básico sobre direitos e garantias fundamentais. E para isso precisamos ser capazes de demonstrar para a sociedade a importância dessas conquistas históricas”.
Aos que chegam agora na área, Bruno dá algumas dicas. “Não sei se posso muito dar conselhos sobre carreira. Mas eu diria algo como “tenham paciência e não se acotovelem”. Há espaço para todas e todos que se dedicarem, que estudarem e tiverem compromisso. Para mim, a advocacia é mais do que uma profissão. É um verdadeiro sacerdócio. Demanda que dediquemos a vida a ela, muitas vezes 24 horas por dia e nos finais de semana. É, portanto, algo que não fará muito sentido se você fizer só por dinheiro”, finaliza.