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Analice Nicolau
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Confeitaria especializada em produtos sem açúcar, leite e glúten comemora seu primeiro aniversário

A empresária começou a fabricar produtos sem açúcar e sem leite por causa de restrições do marido, e acabou criando uma confeitaria especializada. Além de não trabalhar com açúcar, farinha de trigo e leite, ela ainda oferece um cardápio vegano

Analice Nicolau

08/11/2023 18h00

A empreendedora Priscila Zeolo Taricani está prestes a celebrar o primeiro aniversário de sua confeitaria que se destaca por oferecer produtos livres de açúcar, glúten, leite e com foco em dietas low carb, com a possibilidade de expansão através de franquias no futuro.

Priscila Zeolo Taricani

A trajetória de Priscila na culinária começou cedo, aos 9 anos, como assistente de sua mãe que, à época, preparava diversos tipos de bolos. As receitas tradicionais eram uma referência, mas Priscila sempre teve uma queda especial por receitas doces e de pães. Essa paixão pela cozinha a levou a desenvolver receitas diferenciadas ao longo de sua vida, tornando-se uma tradição em sua família.

Casada há 22 anos, Priscila cuidou da casa enquanto seu marido trabalhava com assessoria internacional. No entanto, as restrições alimentares surgiram quando seu marido foi diagnosticado com diabetes. A situação se agravou durante os anos em que morou na Itália, onde seu filho frequentava uma escola que incentivava uma alimentação saudável e vegana. Priscila começou a explorar receitas veganas e a remover leite e açúcar de suas preparações.

“Quando meu filho tinha dois anos, nós fomos morar na Itália e aos quatro anos ele foi para a escolinha. Essa escola que ele estudava era muito ligada na questão da alimentação. E eu me lembro que as professoras davam receitas para as mães, inclusive, receitas veganas. Algumas receitas que eles faziam lá nas aulas de culinária, eles levavam para casa, por se tratar de receita vegana, todos os alunos poderiam provar. Então comecei a fazer receitas veganas e receitas sem leite, porque eu desenvolvi uma intolerância à leite. Então juntou que meu marido era diabético e não podia mais com açúcar e nem farinha. Imagina, morando na Itália, como você não come massa?!”, compartilhou a empresária.

No retorno ao Brasil, Priscila compartilhou seus bolos sem açúcar e farinha com amigos e conhecidos, surpreendendo a todos com a qualidade de seus produtos. A demanda crescente a levou a testar as vendas em seu condomínio, onde a receptividade foi excepcional. Com determinação e muito trabalho, ela conseguia atender às encomendas, produzindo pães, biscoitos, bolos e brigadeiros sem açúcar e farinha, mesmo passando noites em claro.

“No começo eu não fazia todos os dias. Eu recebia encomendas e entregava normalmente nas sextas e nos sábados. Então, eu sou muito responsável, se as pessoas me pediram, eu jamais vou deixar de entregar por qualquer motivo. Então, eu contava com a ajuda dos meus pais, por isso, os produtos tinham que estar prontos na hora que ele podia entregar: sete horas da manhã. Para isso, eu começava na sexta-feira duas horas da tarde e passava muitas noites em claro preparando as receitas. Não eram grandes quantidades, mas eram produtos diferentes; pães, biscoitos, bolo, brigadeiro. Eu fazia tudo sem parar, sem dormir de verdade”, revelou.

Com o aumento das encomendas, Priscila precisou da ajuda de sua mãe e de um espaço maior para montar uma cozinha, a fim de atender à crescente demanda. A entrega de produtos se expandiu para todos os dias da semana, e a ideia de criar um espaço onde os clientes pudessem retirar os produtos se tornou uma necessidade.

Com grande esforço e dedicação, Priscila finalmente realizou o sonho de abrir sua loja física, projetando cada detalhe do espaço e inspirando-se na sofisticação das apresentações de pratos italianos. Ela sabia que a apresentação visual desempenha um papel fundamental na satisfação dos clientes.

“Sobre a criação da loja física, eu já tinha um sonho, mas eu achava que era um sonho que não seria tão próximo, porém as pessoas alimentavam esse sonho. Elas pediam, e eu ia criando ela na minha cabecinha. Tudo foi criado por mim, porque eu não tinha condições de contratar um arquiteto ou um decorador para fazer a loja. Eu tinha que fazer com os recursos que eu tinha. E o que o meu marido sempre fala para mim: ‘fazer uma coisa linda com dinheiro é muito fácil. O difícil é você fazer algo bom, bonito, e que você não gaste tanto, porque gastando muito é muito fácil. Então, eu pesquisava muito”, revelou.

Priscila também se empenhou na busca pelo adoçante perfeito, escolhendo o estévia como alternativa saudável, livre de restrições para diabéticos. Ela concentrou-se em oferecer produtos de alta qualidade, incluindo sua famosa torta de limão siciliano com frutas vermelhas, a torta brownie com brigadeiro e a banoffee, que são praticamente obrigatórios em seu cardápio.

O sucesso não começou da maneira convencional. Priscila iniciou vendendo uma granola artesanal, um produto com qualidade superior àquelas que são vendidas nos supermercados. Por gostar muito de castanhas, desenvolveu uma granola apenas com castanhas: do Pará, amêndoa, castanha de caju; e adoçou com adoçante. Às vezes, incrementava com côco e segundo ela, virava uma super-granola, muito mais saborosa que as industrializadas. Em seguida, começou a fabricar biscoitinhos. Só então vieram os bolos, que se tornaram o grande sucesso de vendas em embalagens tão bem-feitas que parecem de presente.

Atualmente, sua confeitaria é um refúgio para pessoas com restrições alimentares, oferecendo produtos sem glúten e uma variedade de opções veganas. Localizada em Valinhos, interior de São Paulo, a Divina Panna caminha para se tornar uma franquia, alimentando o sonho de Priscila de expandir seu negócio e continuar ajudando pessoas que precisam de opções alimentares saudáveis e saborosas.

O compromisso de Priscila vai além da estética e do sabor, pois ela se preocupa em atender a pessoas com necessidades especiais, como pacientes em tratamento de câncer. Seu trabalho é mais do que criar produtos sem açúcar ou leite; é uma missão que envolve cuidado e empatia com os outros. “Eu precisava fazer isso, eu entendi que é um propósito, porque eu ajudo pessoas. Eu procuro estar sempre junto para responder todos os tipos de perguntas, eu crio todas as receitas e acredito muito nesse meu projeto. Eu sei que muitas pessoas precisam disso, porque não é apenas uma questão de estética. Eu recebo todos os tipos de pessoas, como pacientes em tratamento de câncer que têm muitas restrições. Além disso, eu faço receitas como panetone que deixam as pessoas felizes, porque não comiam há muitos anos. Esse trabalho vai muito além de fazer coisas sem açúcar ou leite, é um trabalho que requer muito cuidado com o outro”, finaliza.

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