Conforme a médica Tassiana Alves (CRM-SP 166.333 e RQE 104.253), o detox intestinal é um procedimento que visa remover a microbiota que habita o intestino do paciente — são retiradas bactérias, fungos (produtores de toxinas), além dos protozoários. “São usados laxantes e removemos tudo que tem no intestino (inclusive o muco intestinal), restos alimentares com potencial inflamatório, causadores de inflamação crônica no paciente”, explica.

Segundo a especialista, os benefícios do detox estão relacionados principalmente à mudança rápida dessa microbiota intestinal. Isso quer dizer que, ao remover as bactérias depois dessa limpeza, inicia-se um tratamento para ajudar no crescimento de bactérias boas. Entretanto, Tassiana esclarece que isso é feito com mudanças alimentares para que o indivíduo não volte a comer as mesmas coisas que antes, pois o objetivo é não alimentar aqueles tipos de bactérias que habitavam o intestino. “Usamos alguns suplementos que vão melhorar o pH intestinal, fornecer nutrientes para essas bactérias e, muitas vezes, entramos com cepas probióticas — bactérias que vão auxiliar no crescimento de mais bactérias saudáveis”, pontua.
Contraindicações
De acordo com a médica, o detox intestinal não é feito em gestantes, uma vez que não se tem conhecimento sobre o nível de segurança nesta população. Já pacientes que usam bolsa de colostomia podem ter bastante desconforto com o procedimento, e pessoas com insuficiência renal podem ter complicações. Tassiana argumenta que a técnica é evitada nesses grupos porque o detox provoca diarreia e pode ocasionar desidratação.
Pós-detox
Tassiana reforça que comer o que a natureza oferece é uma recomendação para as mudanças alimentares. Porém, ela ressalta que não monta cardápios, mas encaminha o indivíduo ao nutricionista. “Ofereço algumas orientações alimentares para o meu paciente, mas com foco no crescimento de microbiota saudável, não com foco em contagem de calorias. Temos que pensar na qualidade dos alimentos”, finaliza.