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Analice Nicolau
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Cirurgia plástica: o renascimento da autoestima em pacientes queimados

Com técnicas inovadoras, cirurgiões plásticos transformam vidas, devolvendo a funcionalidade e a confiança a pacientes com queimaduras graves

Analice Nicolau

25/06/2024 17h00

A cirurgia plástica desempenha um papel crucial na recuperação e qualidade de vida dos pacientes com queimaduras de pele, restaurando tanto a estética quanto a funcionalidade das áreas afetadas. No Brasil, cerca de 1 milhão de pessoas sofrem queimaduras a cada ano, com pelo menos 100 mil buscando atendimento hospitalar, segundo dados do Ministério da Saúde para o período de 2011 a 2019.


Os tratamentos para queimaduras variam conforme a gravidade das lesões, que podem ser causadas por calor, produtos químicos, eletricidade ou radiação, e abrangem desde queimaduras de primeiro até terceiro graus. De acordo com o cirurgião plástico Fabio Nahas, professor da Unifesp e Diretor Científico Internacional da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica, os procedimentos mais comuns incluem enxertos de pele, retalhos e técnicas recentes como o enxerto de gordura do próprio paciente, aproveitando a capacidade regenerativa das células-tronco para melhorar a elasticidade das cicatrizes.


O momento ideal para iniciar a cirurgia reparadora depende da gravidade da queimadura e da área do corpo afetada. Em casos onde a função é imediatamente comprometida, como pálpebras que não fecham adequadamente, a intervenção é mais urgente. Em outros casos, pode-se esperar entre três a seis meses após o acidente para que o paciente se recupere e melhore seu estado nutricional, crucial para a recuperação pós-operatória.


No Brasil, algumas cirurgias plásticas reparadoras podem ser realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo. Se a cirurgia tiver finalidade reparadora e não puramente estética, o SUS pode cobrir o procedimento. A indicação médica formal é necessária para comprovar que a cirurgia é essencial para a saúde física ou psicológica do paciente.


Crianças vítimas de queimaduras também podem se beneficiar da cirurgia plástica reparadora, especialmente quando a função das articulações ou outras áreas importantes são comprometidas. Procedimentos realizados em idade precoce podem prevenir problemas a longo prazo. “Dependendo da gravidade da queimadura, a criança pode apresentar diminuição na mobilidade de uma articulação e, se não for tratada, não terá a extensão adequada dessa articulação no futuro”, destaca Nahas.


Seja para pacientes adultos ou infantis, existe hoje um arsenal técnico capaz de proporcionar uma melhora significativa na qualidade de vida de pessoas afetadas por queimaduras. A cirurgia plástica, assim, surge como uma grande aliada na recuperação física e emocional, transformando vidas e devolvendo a esperança.

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