Menu
Analice Nicolau
Analice Nicolau

Ciência tem gênero? Pesquisadoras falam sobre conquistas e barreiras

Participação feminina em publicações científicas cresce 29% no Brasil, mas obstáculos ainda persistem

Analice Nicolau

12/02/2025 11h30

A participação feminina na ciência tem crescido significativamente no Brasil, colocando o país na terceira posição mundial em número de mulheres autoras de publicações científicas. Nos últimos 20 anos, houve um aumento de 29% nesse índice, segundo o relatório da Elsevier-Bori. Apesar do avanço, a equidade de gênero ainda não foi alcançada, e cientistas alertam para os desafios que persistem.

A presença de referências femininas e políticas públicas de incentivo são apontadas como fatores essenciais para reverter esse cenário. A pesquisadora Anelisa de Aquino, da Apta Regional de Bauru, ligada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, reforça essa ideia ao lembrar da influência de sua mentora, a Dra. Mônica Ferreira de Abreu. “Ela mostrou que é possível para uma mulher ocupar espaço na pesquisa científica. Foi uma grande inspiração para mim”, afirma.

A trajetória de Anelisa começou ainda na escola, com o encantamento por experimentos em laboratório. No ensino superior, uma professora indicou o caminho da pesquisa, impulsionando sua carreira em agronomia. “Ter essa orientação foi fundamental”, destaca a cientista.

O impacto dos institutos de pesquisa na formação de jovens também é evidente no relato de Laura Roncaglia, de 21 anos, bióloga e mestranda. Ela realizou duas iniciações científicas no Instituto Agronômico de Campinas (IAC), onde estudou o café especial e a macaúba. “A oportunidade de contato com orientadores e espaços acadêmicos enriqueceu minha formação”, conta.

Laura reforça que, embora as mulheres estejam conquistando mais espaço, o preconceito ainda é uma realidade. “Muitos pesquisadores homens ainda duvidam da nossa capacidade”, relata. Mesmo diante de desafios, ela incentiva outras mulheres a persistirem. “Já me disseram para desistir, mas eu segui em frente. Se você tem um sonho, precisa lutar por ele”, enfatiza.

Os dados e depoimentos reforçam a necessidade de medidas para ampliar o espaço das mulheres na ciência. Criar oportunidades desde a educação básica, ampliar redes de apoio e dar visibilidade às conquistas femininas são passos essenciais para um futuro mais igualitário no campo científico.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado