27 anos depois e a novela A Viagem (1994) ainda dá o que falar. Em sua quarta exibição, dessa vez pelo Canal Viva, a trama chegou ao seu fim na última sexta-feira (2), tendo um toque especial dado pela emissora: uma live entre as atrizes Lucinha Lins e Christiane Torloni, as irmãs Estela e Diná. Em um bate papo saudosista e emocionante, as estrelas lembraram dos bastidores da novela e em como sentiam-se protegidas ao levar aquela mensagem ao público. Nos dias conturbados que vivemos hoje, a essência da trama traz, conforto, abraço e acalento ao coração.
Lucinha conta que o elenco participou de workshops para conhecer e entender sobre a filosofia espírita, adquirindo autoridade para falar sobre o assunto, e o quanto a novela respondeu muitas perguntas que temos, enquanto sociedade, sobre o “além”, com muito respeito e de forma crível. A artista fala sobre situações curiosas que aconteciam no set e como ela e Christiane tinham uma forte ligação telepática durante as gravações, improvisando atitudes e falas que não estavam no roteiro, mas casavam perfeitamente com a cena.
As estrelas também relembraram um momento divertido no set com a consagrada Nair Belo. Lucinha conta que Nair contracenava, dentre outros atores, com Antônio Fagundes em um restaurante e, em determinado momento, algo aconteceu entre os dois e ambos começaram a rir. Nair não podia olhar para Fagundes que tinha uma crise de riso, precisando refazer a cena. Para que a gravação pudesse ser concluída, a própria atriz pediu para que Antônio Fagundes não estivesse sentado a seu lado e o pedido foi aceito. Nair gravou aquela cena olhando para uma cadeira vazia.
Christiane Torloni se emocionou ao relembrar um acontecimento que a marcou durante as gravações da novela. ”A primeira etapa da novela é muito amorosa, os irmãos estavam vivos, era um bando delicioso. Quando o Alexandre morre e tem todo aquele momento da perda dele, do irmão, quase filho dela [Diná] e tem a cena da cremação do corpo, aquilo foi muito difícil”, conta a atriz, que no ano de 1991, perdeu o filho Guilherme, à época com 12 anos, gêmeo do filho Leonardo, com quem vivia o luto em Portugal na época em que recebeu o convite para protagonizar a novela, acreditando se tratar de uma comédia, que foi o que Wolf Maya, diretor da trama, lhe disse.
Lucinha diz que ao ler essa cena, ficou preocupada com a amiga, acreditando que a cena a faria lembrar de um momento tão difícil, mas a sequência foi gravada com muita emoção. Sobre isso, Lucinha comenta: ”Aconteceu uma cena linda nessa cena, você lembra? Você lembra que nessa cena apareceu uma borboleta? A mim, marcou muito. Nós estávamos no estúdio, um lugar muito frio, e na hora de um ‘gravando’, uma borboleta muito pequenina amarelinha pousou no caixão de cena. Pousou exatamente em frente a Diná. E teve que parar a gravação porque tinha uma borboletinha abrindo sua asa. Parou a cena, saiu a borboleta. Essa borboleta voltou por duas ou três vezes e ela vinha para você [Christiane]. Emocionou a todos e ela voava na sua frente [Christiane]. Era de uma proteção, era de uma luz, para você [Christiane]”, causando muita emoção em Torloni.
