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Analice Nicolau
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Carolina Castelo Branco: O marketing de influência virou estratégia de marca e não tem mais volta

Com crescimento de R$16 bilhões em 2024, setor deixa de ser tendência e se torna parte central dos planos de comunicação

Analice Nicolau

14/08/2025 11h00

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Para Carolina Castelo Branco, CEO da Connectors, “as marcas entenderam que influência não é só visibilidade. É estratégia

O marketing de influência no Brasil deixou de ser um recurso complementar para se tornar um pilar das estratégias de comunicação das empresas. O digital concentra uma fatia cada vez maior dos orçamentos e a credibilidade junto ao consumidor está diretamente ligada a vozes percebidas como autênticas. O que antes era visto como tendência hoje é estrutura consolidada.

Dados de mercado indicam que campanhas com influenciadores oferecem, em média, um retorno 11 vezes superior ao dos formatos tradicionais de mídia digital. No Brasil, o setor movimentou cerca de R$16 bilhões no último ano, evidenciando não apenas o crescimento em volume, mas também a profissionalização dos processos.

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Carolina Castelo Branco, CEO da Connectors

Essa mudança elevou o padrão de liderança nas agências. A fase inicial, marcada pela informalidade, cedeu espaço a operações estruturadas, conduzidas por executivos com formação técnica, visão estratégica e processos claros. As marcas, por sua vez, passaram a exigir mais do que alcance: buscam narrativas consistentes, conversão comprovada e alinhamento preciso de posicionamento.

Para Carolina Castelo Branco, CEO da Connectors e responsável por campanhas para marcas como Aiwa, Cervejaria Império, Phytoderm, Yobem e Laboratório Blau, o ponto central está na integração entre estratégia e comportamento do público. “As marcas entenderam que influência não é só visibilidade. É estratégia. Cada ação precisa estar conectada com os objetivos do negócio e com o que move o consumidor.”

O case da campanha da Aiwa com Sabrina Sato ilustra essa abordagem. A escolha da apresentadora foi resultado de um alinhamento estratégico e cultural, unindo o DNA japonês e a fabricação nacional da marca à personalidade vibrante de Sabrina. A presença dela transmite inovação, qualidade e desejo por novas experiências, atributos centrais para o público-alvo da Aiwa.

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Agências e empresas investem em narrativas consistentes, métricas de conversão e alinhamento de posicionamento.

Segundo Carolina, a efetividade desse tipo de ação está no ajuste fino entre casting e mensagem. “Quando existe coerência entre quem comunica e o que é comunicado, o público percebe. É isso que transforma atenção em resultado.”

Pesquisas reforçam a lógica: 76% dos brasileiros afirmam confiar mais em marcas indicadas por criadores de conteúdo que acompanham. Esse fator de credibilidade se reflete em comportamento de compra, conversão e fidelização — elementos que hoje sustentam as estratégias mais bem-sucedidas.

Com a maturidade do mercado, as agências passaram a entregar mais do que a simples intermediação de nomes. Agora, o trabalho envolve inteligência criativa, produção audiovisual, planejamento de mídia e métricas detalhadas de impacto.

“A influência que gera valor é medida pelo impacto que causa na percepção e no comportamento, não apenas pelas métricas de curtidas ou visualizações”, acrescenta Carolina.

A consolidação desse modelo aponta para um cenário em que o marketing de influência é planejado com a mesma seriedade de qualquer outra frente estratégica de marca. Não se trata apenas de divulgar produtos, mas de construir percepção, confiança e valor de longo prazo.

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