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Analice Nicolau
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Aventura no Pico da Neblina: expedições reabrem na Terra Sagrada Yanomami

Descubra a magia do Yaripo, onde espíritos ancestrais protegem os viajantes na temporada 2024/2025

Analice Nicolau

19/07/2024 13h30

O Pico da Neblina, o ponto mais alto do Brasil com 2.995 metros de altitude, reabre suas expedições para a temporada 2024/2025, proporcionando aos viajantes uma oportunidade única de explorar a Terra Indígena Yanomami, guiados pela própria comunidade. Localizado na Amazônia, o Yaripo, como é conhecido pelos Yanomami, é considerado um lugar sagrado, onde os espíritos ancestrais habitam.

A região, sobreposta à Terra Indígena Yanomami e ao Parque Nacional Pico da Neblina, é uma das áreas mais protegidas e menos acessíveis do Brasil. Após 20 anos de visitação suspensa, as expedições foram retomadas em 2021, com a promessa de vivências sustentáveis e envolvimento direto da comunidade Yanomami, que deve ser a principal beneficiada financeiramente.

“Historicamente, desde a década de 80, acontecia a visitação desordenada ao Pico da Neblina com a invasão de turistas sem anuência dos indígenas, desrespeito aos lugares sagrados e todo lucro sendo levado para fora da Terra Indígena Yanomami,” destaca Daniel Assis, chefe do núcleo de gestão integrada ICMBio Pico da Neblina. Agora, com a anuência da FUNAI e o recredenciamento do ICMBio, duas empresas estão autorizadas a operar os roteiros na região com exclusividade global.

Uma dessas empresas é a Vivalá, que promove experiências de ecoturismo e turismo de base comunitária em várias unidades de conservação do Brasil. “Desde o ano passado, participamos do edital de lançamento, feito pelo ICMBio, Funai e ISA, buscando a organização ideal para tocar esse projeto em conjunto com o povo Yanomami. Estamos muito felizes em iniciar agora nossa jornada ao ponto mais alto do Brasil,” afirma Daniel Cabrera, cofundador e diretor executivo da Vivalá.

O retorno dos viajantes ao Yaripo é resultado de anos de planejamento colaborativo entre os Yanomami e parceiros como ICMBio, Funai, Exército e Instituto Socioambiental (ISA). “Chamamos a ICMBio e a FUNAI para nos apoiar nessa luta e conseguimos fazer a parceria com a ISA, que nos ajudou a construir o plano de visitação,” relembra Renê da Cruz Pinto, Yanomami e guia da Vivalá.

A expedição de 15 dias promovida pela Vivalá começa em São Gabriel da Cachoeira (AM), passando por estradas, voadeiras e trilhas na floresta amazônica até o Pico da Neblina. Os participantes vivenciam experiências autênticas, como receber bênçãos dos Pajés Yanomami e acampar em locais estratégicos como Irokae e Gavião. O ponto alto da expedição é a ascensão final ao acampamento Base, a 2.030 metros, antes da escalada final até os 2.995 metros.

“A relação do povo Yanomami com o Pico da Neblina é fundamental para entendermos a profunda ligação que os povos indígenas têm com a natureza. A integração deles com o meio ambiente é muito maior do que a nossa,” complementa Daniel Cabrera. As expedições são limitadas a 12 saídas e 120 vagas na temporada 2024/2025, com investimento de R$ 17.500, que inclui treinamentos, hospedagem, alimentação e uma equipe capacitada.

Para mais detalhes sobre o roteiro e reservas, acesse Vivalá

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