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Analice Nicolau
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Automedicação em casos de dengue podem levar ao agravamento da epidemia no Brasil com o aumento do número de mortes

Médica Carla Roballo Bertelli explica sobre riscos e faz recomendações as pessoas

Analice Nicolau

20/02/2024 14h30

Um dos erros mais comuns das pessoas é que com o surgimento de febre, dor de cabeça, dores no corpo, dor atrás dos olhos, fadiga, manchas vermelhas, entre outros, é realizar a automedicação com finalidade de sanar esses sintomas da dengue e se curar desta doença viral. No entanto, esta atitude é um erro, sobretudo se a pessoa realmente estiver com dengue.

“Por interagirem com as plaquetas (que atuam no sistema de defesa do corpo e têm função de coagular o sangue), diminuem a função plaquetária e reduzem a coagulação sanguínea. Com isso, os anti-inflamatórios podem aumentar o risco de hemorragia, agravando a doença”, explica a Médica Clínica Geral e Coordenadora do Pronto Socorro do Vera Cruz Hospital, em Campinas (SP), Carla Roballo Bertelli.

Devido a isso, a médica e outros especialistas fazem alertas sobre o uso de medicamentos contraindicados enquanto se está com suspeita ou confirmação de dengue, como o uso rotineiro pelas pessoas do ácido acetilsalicílico, o popular AAS (também conhecido pelo nome comercial de aspirina), que tem objetivo analgésico e antiagregante: “nesses casos, temos que fazer um acompanhamento clínico diário, para avaliar plaquetas e ver se há a necessidade de suspensão da medicação”, esclarece a Dra. Carla Roballo Bertelli. Portanto, na dúvida, o mais correto é sempre procurar auxílio em um Pronto Atendimento, Unidade Básica de Saúde e outros serviços do gênero.

Segundo os índices do Ministério da Saúde (MS), a proliferação da doença no Brasil permanece em ritmo acelerado: desde janeiro de 2024, foram registrados 512.353 casos possíveis de dengue, com 340 sendo investigados e 75 óbitos confirmados. Na cidade de Campinas (SP), são 2.857 casos da doença, com uma média de crescimento de 68 novos por dia em 2024. Até o momento, não há mortes confirmadas, contudo, o número, em menos de dois meses, ultrapassa a epidemia do ano passado, que excedeu 2,8 mil confirmações apenas durante o mês de abril.

“A dengue provoca inflamação e faz o líquido ‘escapar’ dos vasos sanguíneos e, por isso, a hidratação deve ser muito rigorosa. Além de água, chás, água de coco e suco, é importante ingerir soros, encontrados em farmácias e postos de saúde, para repor os sais perdidos pelo corpo”, recomenda a médica.

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