Quando se fala em Medicina Veterinária, muitas pessoas ainda pensam apenas no cuidado com cães e gatos. No entanto, a atuação é muito mais ampla e tem impacto direto na saúde pública. A veterinária Raísa Godói destaca que os profissionais da área participam do controle de zoonoses, da inspeção de alimentos de origem animal e da vigilância sanitária e ambiental.
Segundo ela, a profissão também está presente em campos de pesquisa científica, biotecnologia, produção animal e até no desenvolvimento de vacinas, como foi o caso da vacina contra a COVID-19. “Muito além de atender animais domésticos, de fazenda e silvestres, nós atuamos em frentes fundamentais para a saúde da população”, afirma.

Além disso, Raísa alerta ainda para os impactos do desmatamento na disseminação de novas enfermidades. Ela esclarece que quando há desmatamos, aumenta-se o contato entre humanos, animais silvestres e vetores. “Isso facilita a transmissão de doenças e pode desencadear epidemias”, aponta.
Cuidados com a alimentação dos pets
No dia a dia, a veterinária também orienta tutores sobre os cuidados com a alimentação dos animais de estimação. De acordo com a especialista, é possível oferecer carnes cozidas sem tempero, arroz, algumas frutas, como maçã e banana, e vegetais, como chuchu e batata.
Por outro lado, alimentos como chocolate, uva, cebola, alho, abacate, ossos cozidos, álcool e adoçantes (especialmente o xilitol) devem ser evitados. A especialista reforça que é importante respeitar a fisiologia da espécie, porque o animal tem suas particularidades, e a alimentação deve sempre ser acompanhada por um veterinário.
Fogos de artifício e castração
Outro tema que preocupa Raísa é o uso de fogos de artifício. De acordo com a veterinária, os animais possuem audição muito mais sensível que os humanos. Isso faz com que os estrondos provoquem medo e estresse. “Eles não entendem o que está acontecendo e podem apresentar comportamentos inesperados diante do barulho”, observa.
Sobre a castração, a especialista pondera que a decisão deve ser avaliada individualmente. Ela ressalta que não recomenda a castração de forma automática, sendo indicada apenas quando o animal apresenta sintomas ou alterações no trato reprodutor, nos casos de controle populacional ou para auxiliar na melhora de comportamentos específicos. Conforme Raísa, a conversa entre tutor e veterinário é fundamental antes de decidir pelo procedimento. “Tudo deve ser discutido e analisado conforme as necessidades de cada paciente”, finaliza.