Um dos grandes expoentes do cenário musical brasileiro, Benito di Paula iniciou sua carreira na década de 50, somando ao seu currículo 35 discos gravados, com 50 milhões de cópias vendidas e o posto de um dos maiores vendedores de discos do país.

Natural de Nova Friburgo/RJ, Benito afirma que sua influência na música se deu a partir do contato que teve com seu pai, que sabia tocar diversos instrumentos e era dono de um bloco de carnaval na cidade, além de um grupo regional, e também da sua mãe, que cantava muito bem.
“Sou um homem que nasceu em família humilde: pai ferroviário e mãe cuidando de casa. Meu pai tocava vários instrumentos e mamãe cantava muito bem, só para ela, isso vem da minha família”, afirma o cantor, e continua: “Sou de uma família de 13 irmãos, eu tinha que trabalhar para ajudar minha mãe. Sai de casa cedo para trabalhar, com certidão emancipada. Fui lutar. Consegui, graças a Deus”.

Comemoração dos 80 anos
Dono de sucessos como “Charlie Brown”, “Retalhos de Cetim”, “Mulher Brasileira”, “Do jeito que a vida quer”, entre muitos outros, Benito comemora seus 80 anos com um novo álbum, lançado em 2021, ano em que completou seu octogésimo aniversário.
“O Infalível Zen” foi criado em parceria com seu filho, Rodrigo Vellozo, que também é cantor, e apresenta 12 canções inéditas, compostas por di Paula em seus 25 anos de carreira musical. O álbum, que pode ser ouvido nas principais plataformas de streaming, também possui um videoclipe da faixa-título, que mostra detalhes dos momentos de criação e gravação, além de um mini documentário, com depoimentos e trechos de canções.
Além deste álbum, dando prosseguimento às comemorações dos 80 anos do cantor, foi também gravado o songbook “Benito 80”, um projeto que tem como objetivo resgatar a discografia do artista pelas vozes de 16 grandes nomes da música brasileira, como João Bosco, interpretando “Se não for amor”; Criolo, dando voz à “Charlie Brown”; Teresa Cristina, com “Proteção às borboletas”, entre outros.

Seus fãs
Benito brinca que a cada 100 pessoas que apreciam o seu trabalho, apenas uma delas é mulher e 99 são homens. Para o cantor, isso é positivo porque “a mulher compra o disco e coleciona porque é fã do artista, mas os homens, quando gostam do trabalho, compartilham com colegas e familiares, mostram no churrasco”.
Nova geração
Sobre os novos expoentes do samba e da música popular brasileira, o artista declara que aprecia o novo cenário musical. “Gosto do Xandy Pilares, desde a época do Revelação, ele é fantástico, formidável como pessoa. E também Zeca Pagodinho, Criolo, Tereza Cristina. Gosto de todo mundo”.
Gerações musicais passadas
Sem esquecer dos que vieram antes, di Paula fala com saudade da sua amizade com Luiz Gonzaga e da sua composição em homenagem ao Rei do Baião, “Sanfona Branca”: “Essas histórias são fantásticas”. Além de Gonzaga, Benito também menciona Chico Buarque, Tom Jobim, Cartola, Ataulfo Alves e Adoniran Barbosa como sendo personalidades que o cantor é fã e já teve contato.

Agenda de shows
Com muitas apresentações previstas para diversas regiões do Brasil, Benito conta que está analisando propostas para shows também no exterior. “Me sinto honrado. Em meus shows, vão famílias; levam filhos, netos”, conta o músico, que afirma, sobre seu trabalho: “não sou sambista, sou ‘sambero’, não sou pianista, sou ‘pianero”. Sua agenda pode ser conferida no *perfil do artista no Instagram*. (https://www.instagram.com/benitodipaulabr/)
Continuidade do seu legado
Perpetuar o trabalho de Benito di Paula é, sem dúvida, resgatar e levar adiante o legado de um cantor importante no cenário musical brasileiro. Sobre o segredo do seu sucesso, ele revela: “Costumo dizer que quando você trabalha para sua família, tudo dá certo, porque você não pode errar”, e finaliza: “A cultura brasileira é uma coisa infinita”.