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Analice Nicolau
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Aos 65 anos, Maria Luiza Wiederkehr defende liberdade da mulher idosa

Pedagoga publicou autorretrato literário como apelo à libertação para se sentir sem amarras

Analice Nicolau

16/09/2024 12h30

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Quantos rótulos uma mulher pode ter em uma sociedade que impõe e espera tanto dela? Boa mãe ou negligente, espírito livre ou ‘encalhada’, comportada ou barraqueira, empática ou interesseira, Santa ou Put*? Todos esses questionamentos fazem parte do autorretrato literário da pedagoga Maria Luiza Wiederkehr, que as 65 anos defende a liberdade da mulher idosa.


Maria Luiza incentiva as mulheres a serem e agirem sem amarras e repensarem o feminino como algo essencial para a própria autenticidade. O lançamento de “Santa ou Puta?” propõe o despertar do amor-próprio, mas também reflexão sobre as pré-concepções despejadas diariamente sobre elas, enquanto tentam se encaixar e conquistar espaços na sociedade ainda patriarcal. Por isso, a autora impacta já no título, com o uso das figuras de imagem da “Santa” e da “Puta”, como metáforas para discutir o julgamento que acompanha a liberdade sexual feminina. O enredo é estruturado em três capítulos que misturam relatos pessoais e poesia, a partir de uma visão íntima e diversificada da experiência feminina.

Acompanha a trajetória de uma mulher dividida entre os papéis de mãe, filha, esposa, amiga e profissional em confronto com as próprias inseguranças. Ela decide, então, viajar sozinha e se libertar das imposições, abraçar vontades e prazeres sem ligar para opiniões, cobranças ou estereótipos de gênero.
“Queria me preservar, preencher meu ser de tranquilidade para que pudesse me transformar. Despir-me de uma história, de um romance regado a ciúme, filhos e brigas. O que eu queria com a viagem? Era me despir para mim mesma! A viagem era para me conhecer como mulher. Era o meu ser mulher procurando conhecer, principalmente, meus medos e meu poder”, diz a autora nas páginas de Santa ou Puta?.


A escrita intimista, leve e bem-humorada se conecta com as ilustrações da autora, feitas à mão como forma de expressão e desafogo. A proposta de Maria Luiza Wiederkehr é que, independentemente do gênero, as pessoas se livrem dos preconceitos, desafiem os papéis tradicionais e abracem uma versão autêntica de si, em contato com a feminilidade.

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