Menu
Analice Nicolau
Analice Nicolau

A realidade financeira dos influenciadores digitais no Brasil: quem realmente fatura alto?

Estudo revela que apenas 6% dos creators ganham mais de R$ 20 mil mensais. A maioria ainda luta para alcançar estabilidade financeira

Analice Nicolau

11/11/2024 13h00

Uma nova pesquisa realizada pela Brunch e YOUPIX revela que apenas 6% dos influenciadores digitais no Brasil possuem rendimentos superiores a R$ 20 mil por mês, destacando a desigualdade de renda no setor. O levantamento, parte da 5ª edição do estudo “Creators e Negócios”, aponta que metade dos criadores de conteúdo recebe até R$ 5 mil mensais, evidenciando a dificuldade em transformar a criação de conteúdo em uma atividade financeiramente sustentável.

Os dados mostram uma distribuição clara de rendimentos, com 19,24% dos creators ganhando até R$ 2 mil e 31,44% recebendo entre R$ 2 mil e R$ 5 mil. Outros 28,73% faturam de R$ 5 mil a R$ 10 mil mensais, enquanto apenas 4,34% ganham entre R$ 20 mil e R$ 50 mil. A faixa de renda mais alta, acima de R$ 100 mil, é alcançada por somente 0,54% dos influenciadores, reforçando a concentração de riqueza em uma pequena parcela dos profissionais.

Fabio Gonçalves, diretor de talentos internacionais da Viral Nation, comenta que a alta competitividade do mercado e a necessidade de investimentos contínuos em qualidade de produção são fatores que dificultam o crescimento financeiro de novos creators. “Para se destacar, é preciso muito mais que seguidores. É necessário relevância de conteúdo e parcerias estratégicas”, afirma Gonçalves. Ele também ressalta que a influência dos algoritmos, que priorizam conteúdos já populares, limita a visibilidade de influenciadores emergentes.

A pesquisa detalha ainda a origem dos rendimentos dos influenciadores. Em 2024, apenas 32,52% dos creators vivem exclusivamente da criação de conteúdo, uma queda em relação aos 37,8% registrados no ano anterior. A maioria combina essa atividade com outras fontes de renda: 24,12% possuem um emprego fixo, 15,72% trabalham para marcas próprias e 13,55% têm como principal fonte de receita um trabalho formal (CLT ou PJ).

Para Gonçalves, o cenário reflete a necessidade de uma gestão estratégica e especializada. “O caminho para altos rendimentos envolve uma construção sólida e gradual, com foco em autenticidade e consistência. Ter um bom agente pode ajudar os influenciadores a alcançar acordos duradouros e a depender menos de outras ocupações”, explica o especialista.

A pesquisa, que coletou 369 respostas válidas entre 13 de agosto e 23 de setembro, ilustra as dificuldades enfrentadas pelos criadores de conteúdo para obter estabilidade financeira no mercado competitivo de influenciadores digitais. Embora os ganhos milionários e o estilo de vida luxuoso sejam frequentemente exibidos nas redes sociais, esses privilégios são acessíveis a uma minoria, enquanto a maioria ainda precisa buscar fontes adicionais de renda para complementar seus ganhos.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado